Filho de uma servidora pública e de um motorista de ônibus, o professor Francisco Luiz Goulart Lanzendorf, do curso de Direito da UniSul, construiu uma história marcada por recomeços e pela força transformadora da educação. Antes de chegar às salas de aula como docente e advogado da instituição, ele percorreu caminhos muito diferentes — foi músico profissional e motorista terceirizado da própria universidade.
Na juventude, a música era o centro da vida de Francisco. Aos 11 anos já tocava violão e teclado, e na adolescência passou a se apresentar em bares, festas e casamentos. Com uma Kombi, transportava seus instrumentos e sonhava viver da arte. A rotina de apresentações, no entanto, tornou-se exaustiva após o casamento e a chegada da filha, e a instabilidade financeira o levou a buscar novos rumos.
Inspirado pelo pai, tornou-se motorista profissional em empresas de transporte de cargas e, mais tarde, de passageiros. Foi nesse período que surgiu o ponto de virada: enquanto transportava professores entre os campi da UniSul, reencontrou o desejo de estudar.
Em 2008, ingressou no curso de Direito da universidade, em Içara, conciliando os estudos com o trabalho de motorista. A disciplina e a determinação o acompanharam durante toda a graduação. No quinto semestre, um professor percebeu sua desenvoltura ao apresentar um trabalho e o incentivou a seguir carreira docente — uma sugestão que mudaria completamente sua trajetória.
Depois da formatura, Francisco fez pós-graduação, foi aprovado no exame da OAB e abriu um escritório de advocacia. Mesmo assim, manteve o emprego como motorista até receber um convite inesperado: substituir um professor de Processo do Trabalho. Preparou-se intensamente e, após demonstrar talento e dedicação, foi contratado pela universidade.
Atualmente, Francisco é professor e advogado da UniSul, responsável pelos estágios do curso de Direito em diferentes campi, de Itajaí a Araranguá. Para ele, cada etapa da jornada teve um propósito.
“Se não tivesse passado pelas dificuldades que passei, talvez ainda fosse motorista ou músico, o que não é demérito. Mas foi como encontrei minha vocação para ser professor. Foram os obstáculos que me trouxeram até aqui”, afirma.
A história de Francisco Lanzendorf é um exemplo de como o conhecimento pode transformar vidas. No Dia do Professor, sua trajetória simboliza o poder da educação em abrir caminhos, redefinir destinos e inspirar novas conquistas.
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