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Escolas cívico-militares: estudo revela investimento milionário e piora de 8% no IDEB

Criciúma
Foto: Divulgação

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Escolas cívico-militares: estudo revela investimento milionário e piora de 8% no IDEB

O Sinte/SC alerta para a urgência de revisar o modelo educacional adotado no estado

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Estudo estarrecedor do Sinte/SC demonstra que o Governo do Estado investe mais em escolas cívico-militares do que no restante das escolas públicas, porém, apesar desse grande investimento, as escolas militarizadas tem queda de 8% superior a queda no IDEB do ensino médio catarinense das outras escolas. Segundo o estudo realizado pelo sindicato e com base em dados públicos disponibilizados pelo Portal Transparência e do Ministério da Educação, as escolas cívico-militares do estado receberam, em média, quase o dobro de investimentos em infraestrutura em comparação às demais escolas da rede estadual. Entre 2021 e 2024, cada escola cívico-militar recebeu, em média, R$ 1,3 milhões em investimentos diretos do estado, enquanto que no conjunto da rede estadual o valor médio investido em obras foi de R$ 528 mil por escola.

Outro dado preocupante revelado pela pesquisa do Sinte/SC é a destinação do orçamento da Secretaria da Educação para o pagamento de militares que atuam nas escolas. O investimento do Governo do Estado cresceu fortemente, passando de R$ 9 milhões em 2023 para R$ 20,6 milhões em 2024, o que tem relação direta com o programa Rede de Segurança Escolar, com os militares realizando policiamento nas escolas.

De acordo com o coordenador do Sinte/SC, Evandro Accadrolli, os números demonstram que estamos priorizando um modelo caro e ineficaz. “Enquanto outras áreas da educação clamam por investimentos, o governo prioriza investir no modelo de militarização. O governo tem, inclusive, contratado militares a alto custo para atuar nas escolas e deixado de aplicar recursos na valorização dos profissionais da educação. Há um claro desvio de foco que precisa ser discutido urgentemente pela sociedade catarinense, o que garante qualidade na educação não são militares, mas sim um quadro completo de professores habilitados, profissionais de apoio pedagógico, profissionais especializados em administração educacional e profissionais de suporte à estudantes e professores”, destaca.

O economista do Sinte/SC, Maurício Mulinari ressalta que as escolas que foram transformadas em cívico-militares tiveram uma piora de 8% no resultado do IDEB do ensino médio em comparação às escolas que não foram militarizadas, o que expõe a ineficiência desse modelo na melhoria da qualidade da educação.

“O estudo ainda chama atenção para o fato de que, enquanto as escolas cívico-militares concentraram uma maior parte dos recursos e investimentos, outras unidades da rede estadual enfrentam uma carência significativa, criando um cenário de desigualdade entre as escolas públicas catarinenses”, salienta o economista.

Com o avanço da militarização nas escolas e o aumento do orçamento destinado ao pagamento de militares, o Sinte/SC alerta para a urgência de revisar o modelo educacional adotado no estado.

“Precisamos refletir sobre o caminho que estamos trilhando na educação catarinense. O debate deve ser pautado na busca por uma educação pública de qualidade para todos, sem privilegiar setores específicos em detrimento de outros. O estudo do nosso sindicato revela como a militarização não é o caminho para garantir qualidade na educação”, finaliza Accadrolli.

*Sinte/SC

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