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Professores de Içara denunciam caos por calor extremo

Criciúma
Imagem da área externa da EEB Ignácio Stakowski, no bairro Presidente Vargas em Içara, que teve problemas relacionados ao calor
Foto: João Gabriel da Rocha / SCTodoDia

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Professores de Içara denunciam caos por calor extremo

Calor intenso na EEB Ignácio Stakowski causa desmaios e mal-estar em alunos e professores, agravando a falta de climatização na escola

CRICIUMA

O calor extremo dentro das salas de aula da Escola de Educação Básica Ignácio Stakowski, no bairro Presidente Vargas, em Içara, tem gerado desmaios, mal-estar e até atendimentos médicos entre alunos e professores. Com apenas quatro das 13 salas climatizadas, a situação se agravou nos últimos dias devido às altas temperaturas, levando o Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) a confirmar que formalizará uma denúncia sobre o caso.

Estudantes desmaiando e professores adoecendo

Relatos apontam que diversos alunos passaram mal em sala de aula devido ao calor intenso. Em uma das situações, um estudante desmaiou e precisou ser levado para a sala dos professores até a chegada da mãe. Outros relataram tontura, dor de cabeça, falta de ar e indisposição, o que levou algumas famílias a buscar os filhos mais cedo para evitar complicações de saúde.

Os professores também enfrentam dificuldades. Uma educadora teve um pico de pressão arterial que chegou a 23 e precisou de atendimento médico. Sem a presença de um profissional de saúde na escola, a professora precisou chamar um carro por aplicativo e se deslocar sozinha ao hospital, o que gerou preocupação entre os colegas.

De acordo com os educadores, as condições da escola são insalubres. “O calor nas salas de aula é insuportável. Nós ficamos o dia todo expostos a isso, e as crianças sofrem ainda mais, porque não há ventilação suficiente. Muitos chegam a chorar de dor de cabeça e exaustão”, relata Maricel Adriana Souza, professora pedagoga do Ensino Fundamental.

Infraestrutura precária e ar-condicionado que não funciona

A escola funciona em tempo integral, mas não possui estrutura adequada para esse modelo de ensino. O calor não é um problema novo, e professores afirmam que a falta de ar-condicionado já foi relatada diversas vezes à Secretaria de Educação do Estado, sem retorno efetivo.

Mesmo nas salas que possuem ar-condicionado, o funcionamento é instável devido à fiação elétrica antiga, que não suporta a carga necessária para manter os aparelhos ligados. “Se ligamos mais de um ar-condicionado, a energia cai. O sistema elétrico não aguenta”, explica a professora Rosângela Patrícia Becker, que atua na unidade desde o ano passado.

A alternativa tem sido o uso de ventiladores pequenos e insuficientes, que não conseguem refrescar salas com mais de 20 alunos. Alguns professores compraram ventiladores próprios para tentar amenizar o calor, mas afirmam que a situação segue crítica.

Pressão da comunidade e cobrança por soluções

O Sinte-SC esteve na escola para verificar a situação e reforçou a necessidade de ações urgentes. “Há anos denunciamos esse problema e cobramos melhorias na infraestrutura das escolas estaduais. O governo segue sem investir o necessário, e isso resulta em alunos e professores adoecendo”, afirmou Evandro Accadrolli, presidente do sindicato.

Além da falta de climatização, a escola também enfrenta outros problemas estruturais, como salas superlotadas, biblioteca com acervo insuficiente e um ginásio de esportes inacabado. “Uma escola de tempo integral precisa oferecer um ambiente adequado para atividades pedagógicas, culturais e esportivas. Sem isso, a qualidade do ensino fica comprometida”, enfatizou Accadrolli.

Confira algumas reclamações feitas por alunos da escola:

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