Cotidiano
Canoísta brasileiro quer contornar a América do Sul
Em Itajaí o remador conversou com a reportagem do Portal SC Todo Dia e falou de sua história, projetos, e declarou seu amor ao município
Depois de percorrer um trajeto de mais de 8 mil quilômetros pela costa brasileira, partindo do Oiapoque, no Amapá, e finalizando no Chuí, cidade no extremo sul do país – remando por 3 anos e 38 dias -, o canoísta Adelson Carneiro Rodrigues, 63 anos, iniciou um projeto bem mais ousado: contornar a América do Sul. Com esse feito, Adelson será a segunda pessoa no mundo a fazer esse percurso. A única canoísta que remou todo esse trajeto foi a alemã Freya Hoffmeister.
Uma das primeiras etapas do projeto o destemido canoísta já cumpriu. Ele partiu da Guiana Francesa em fevereiro de 2020 e navegou até uma pequena cidade próxima a Mar del Plata, na Argentina. Sempre só, remando aproximadamente oito horas por dia, cerca de 8 quilômetros – podendo chegar a 14 horas e 90 quilômetros – ele dormia onde dava: casas de conhecidos pela costa, pousadas, hotéis populares, e na maioria das vezes em uma barraca na beira da praia. Afinal, assim como para os adeptos de esportes que não são o futebol, patrocínio não existe. E quanto há, é escasso.
Agora Adelson está em terra firme. Ele deixou seu caiaque no país vizinho e veio para o Brasil para adquirir equipamentos de rádio transmissão geolocalização que são exigidos pelas autoridades argentinas. Adelson pretende adquirir esses equipamentos exigidos pela Marinha Argentina no primeiro semestre deste ano e ainda partir no inverno para dar continuidade a Expedição Extremo Sul.
O canoísta está dando um tempo em Itajaí, onde tem amigos navegadores. “A cidade é maravilhosa. Já estive diversas vezes aqui, tenho amigos incríveis e adoro esta cidade”, declara. E enquanto não está remando, ele aproveita para adiantar o livro que vai lançar narrando sua história e também realizar palestras.
Com o tema ‘A força da resistência’, o atleta fala de resiliência, resistência, garra, determinação, força de vontade, entre outros assuntos, e relata experiências vividas nessa grande aventura. O trabalho é dirigido a empresas e universidades.
O canoísta
Adelson é paulista, natural de Cananéia, no litoral Sul de São Paulo, é educador físico e ingressou na canoagem há 23 anos. Mas antes disso já levava uma vida bastante ativa. Fazia triatlo, natação, corrida, ciclismo, escaladas, até que resolveu remar. Ele estava cansado da “mesmice” e optou então por buscar mais emoção para sua vida.
No entanto, a grande virada foi em 2015, depois de muita pesquisa para o projeto da Expedição Extremo Sul. Nas a partida ocorreu cinco anos depois, quando Adelson deixou seu trabalho de educador físico em São Paulo, vendeu sua moto, alguns equipamentos e, literalmente, se jogou no mar a bordo de um caiaque oceânico de 5,5 metros de comprimento. Na bagagem, além do estritamente necessário, limitado a 60 quilos, muito preparo físico e psicológico.