Futuro da Arrancada de Caminhões segue indefinido

A realização da tradicional Arrancada de Caminhões em Balneário Arroio do Silva enfrenta um impasse que pode comprometer a edição de 2025. O evento, previsto para ocorrer entre os dias 13 e 16 de março, foi suspenso após a Justiça Federal determinar que o município obtenha um novo tipo de licença ambiental, conhecida como EIA/RIMA, ao invés do EAS, que vinha sendo utilizado nos últimos anos.

Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o prefeito Evandro Scaini explicou que o município sempre realizou o evento com a licença ambiental vigente, conforme orientação do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). “Desde 2010, temos a licença EAS, que foi expedida pelo próprio IMA, e seguimos todos os trâmites necessários para a realização do evento”, afirmou. No entanto, segundo ele, o Ministério Público Federal (MPF) entende que o licenciamento correto seria o EIA/RIMA, um estudo ambiental mais complexo, geralmente exigido para grandes obras de infraestrutura.

“É uma licença que é feita para exploração de petróleo no mar, para uma mina de carvão, para a duplicação de uma BR-101. Para um evento de três dias, o entendimento técnico sempre foi de que o EAS era suficiente”, destacou Scaini.

O prefeito também revelou que a administração municipal já entrou com um pedido de reconsideração na Justiça para tentar garantir a realização da Arrancada ainda em 2025, enquanto o processo de obtenção da nova licença segue em andamento. “O município já contratou a Unesc para elaborar o termo de referência do EIA/RIMA, mas isso leva no mínimo dois anos. Estamos tentando mostrar ao Ministério Público e à Justiça que a cidade está cumprindo a sentença, mas que precisamos realizar o evento com a licença atual até que a nova esteja pronta”, explicou.

Impacto econômico pode ultrapassar R$ 5 milhões

Além da importância cultural e histórica da Arrancada de Caminhões, a suspensão do evento tem um forte impacto na economia local. Segundo o prefeito, a decisão pode representar um prejuízo superior a R$ 5 milhões para a cidade e para a região.

“Os hotéis do Morro dos Conventos, Araranguá e região lotam por conta da Arrancada. Restaurantes, postos de gasolina, mercados, pizzarias, distribuidoras de bebidas e até corretores de imóveis faturam durante o evento. Se o evento não ocorrer por dois anos, ele pode desaparecer, matando turisticamente o município”, alertou Scaini.

Nova data e futuro da Arrancada

Com a indefinição judicial, a realização da Arrancada de Caminhões na data originalmente prevista já está descartada. “Mesmo que consigamos uma liberação na próxima semana, não temos tempo hábil para cumprir todas as etapas burocráticas, como a contratação da Federação Catarinense de Automobilismo, seguro da prova e montagem da estrutura”, explicou o prefeito.

O município segue tentando um acordo com o Ministério Público Federal para viabilizar o evento ainda em 2025. No entanto, caso a liberação não ocorra, a cidade terá que aguardar até a conclusão do novo licenciamento ambiental, o que pode levar pelo menos dois anos.