O debate sobre a possível fusão entre Hercílio Luz e Atlético Tubarão ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (3). Durante participação no programa Central do Esporte, da Rádio Cidade Tubarão, o prefeito de Tubarão, Estêner Soratto, defendeu a criação de um único time na cidade e classificou a medida como “indispensável” para que o município tenha um projeto esportivo mais competitivo.
“Temos que deixar as vaidades de lado e pensar na cidade. Se houver fusão, a prefeitura será apoiadora, tanto com o que temos na Fundação Municipal de Esportes quanto na busca de recursos junto ao governo estadual e federal”, afirmou Soratto.
Debate reacendido no ar
A discussão ocorreu durante entrevista conduzida por Caio Maximiano, apresentador do Central do Esporte. Ao levantar o tema, Maximiano destacou que, embora a ideia de um único clube seja antiga, hoje esbarra em um ponto decisivo: a questão jurídica.
Atualmente, Hercílio Luz e Atlético Tubarão funcionam como Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). Nessa configuração, a fusão não é juridicamente viável. “Hoje são dois clubes-empresa. Não teria como fazer isso. Quem manda no clube hoje não tem a opinião de fazer a fusão. O poder de decisão, nesse caso, seria dos Conselhos Deliberativos das associações, e não das SAFs”, ressaltou o apresentador.
Tentativas anteriores
A possibilidade de união já foi discutida em outros momentos ao longo do ano. Em janeiro, a Associação Empresarial de Tubarão (ACIT) promoveu reunião com dirigentes do Hercílio Luz para defender a ideia como forma de atrair mais apoio do setor empresarial.
Em agosto, o presidente da SAF do Atlético Tubarão, Juliano Mendes, revelou que havia recebido uma ligação do CEO da SAF do Hercílio Luz, Vinícius Gaidzinski, tratando do tema. Na ocasião, Mendes foi categórico: qualquer possibilidade dependeria do aval dos torcedores e dos associados. “Não é algo simples. Como faz uma unificação de duas SAFs? Precisaria ouvir muito a torcida e o associativo”, disse.
Apoio político, resistência e obstáculos
A fala do prefeito coloca a administração municipal ao lado dos defensores da fusão, mas nos bastidores dirigentes seguem tratando a pauta como inviável. A rivalidade histórica entre as torcidas e os entraves legais do modelo de SAF mantêm a proposta como uma possibilidade distante.
Ainda assim, Soratto acredita que, caso haja união, o futebol da cidade ganharia mais força. “Os empresários que hoje ficam na dúvida sobre onde investir poderiam apoiar um único projeto. Isso fortaleceria o clube e a cidade”, afirmou.
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