As compras online consolidaram de vez seu protagonismo no Natal de 2025. Mesmo com o receio de atrasos, extravios e até caixas vazias, 66% dos brasileiros afirmam que vão comprar presentes pela internet, segundo pesquisa inédita realizada pelo instituto Hibou em parceria com a Score Agency. O dado confirma que o comércio digital se tornou a principal alternativa do consumidor, superando shoppings e lojas físicas.
O levantamento ouviu 1.433 pessoas em todo o país e revela um comportamento marcado pela cautela financeira, mas também pela busca por preço, praticidade e variedade — fatores que continuam pesando a favor do e-commerce, mesmo diante das incertezas logísticas.
Medo da entrega não freia o consumo digital
Um dos principais achados da pesquisa é o chamado “pânico da entrega”. Cerca de 68% dos entrevistados afirmam ter medo de atrasos ou problemas no recebimento dos produtos comprados online durante o período natalino. Ainda assim, a preferência pelo digital se mantém majoritária.
A contradição reflete um consumidor mais pragmático: mesmo desconfiando da logística, ele avalia que o custo-benefício das compras online ainda compensa. Preços mais baixos, facilidade de comparação e a comodidade de comprar sem sair de casa continuam sendo determinantes na decisão.
Plataformas disputam cada clique do consumidor
Na disputa entre os marketplaces, o Mercado Livre segue como a plataforma mais utilizada, citada por 59% dos entrevistados. No entanto, a concorrência se intensificou de forma significativa. Shopee e Shein já aparecem com 50% da preferência, encostando no líder e sinalizando uma mudança relevante no comportamento do consumidor brasileiro.
A Amazon surge em seguida, com 40%. O crescimento das plataformas asiáticas é atribuído principalmente à política agressiva de preços, promoções constantes e forte presença digital, ampliando a chamada “guerra dos cliques” no Natal.
Compras antecipadas para reduzir riscos
Para minimizar os riscos de atraso, muitos consumidores optaram por antecipar as compras. A pesquisa mostra que 35% dos brasileiros aproveitaram a Black Friday para garantir os presentes de Natal ainda em novembro, estratégia usada como forma de reduzir a ansiedade logística e evitar imprevistos na reta final do ano.
Mesmo com essa antecipação, o receio permanece alto, evidenciando que a logística se tornou um dos principais fatores de estresse do consumo natalino online.
Pequeno comércio perde espaço para o preço
Outro dado relevante é o conflito entre intenção e prática. Mais da metade dos entrevistados (56%) afirma que gostaria de comprar de pequenos comércios para apoiar a economia local. No entanto, o fator preço acaba prevalecendo, empurrando o consumidor para os grandes marketplaces, que conseguem oferecer valores mais competitivos.
Esse cenário reforça a concentração das vendas nas grandes plataformas digitais, em detrimento do varejo físico e dos pequenos lojistas.
Digital lidera com folga sobre lojas físicas
Além dos 66% que pretendem comprar pela internet, a pesquisa aponta que 48% ainda consideram os shoppings como opção e 43% citam as lojas de rua. Os números mostram que, embora o físico ainda tenha relevância, o e-commerce assumiu a dianteira de forma consistente no Natal brasileiro.
A tendência é de que o digital continue ganhando espaço, especialmente em um contexto de orçamento apertado, no qual o consumidor busca eficiência máxima na relação entre preço, entrega e experiência de compra.
Metodologia
A pesquisa foi realizada pela Hibou em parceria com a Score Agency entre os dias 22 e 24 de novembro deste ano, por meio de painel digital nacional. Foram ouvidos 1.433 brasileiros, maiores de 18 anos, das classes A a E, nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
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