Você já chegou em casa tarde, comeu qualquer coisa e depois teve dificuldade para dormir? Situações como essa, comuns na rotina de muitos catarinenses, estão no centro de uma nova abordagem da nutrição: a crononutrição.A disciplina estuda a relação entre os horários das refeições e os ritmos circadianos do corpo — ciclos de 24 horas que regulam funções como digestão, metabolismo e liberação de hormônios. Segundo especialistas, respeitar esses ritmos pode trazer benefícios importantes para a saúde.“Quando comemos em harmonia com o ciclo natural do corpo, otimizamos a digestão e o metabolismo”, explicou Diana Nieto, nutricionista peruana, ao jornal El Comercio. Para a especialista, adaptar esse conhecimento à realidade de países como Brasil e Peru, onde o jantar costuma ser tardio e pesado, é essencial para reduzir os índices de obesidade e diabetes.Especialistas ainda destacam que o horário em que nos alimentamos também influencia o apetite emocional, a saúde mental e até a tomada de decisões na hora de escolher os alimentos.Pesquisas mostram que jantar tarde, por exemplo, atrasa a queima de gorduras e favorece seu acúmulo, além de aumentar o risco de resistência à insulina. Já pular o café da manhã com frequência pode gerar desequilíbrios hormonais e contribuir para a síndrome metabólica.Especialistas ainda reforçam a importância de ajustar horários de refeição à rotina de trabalho e descanso. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, o estado registra crescimento nos índices de obesidade, sobretudo em adultos jovens, o que reforça a relevância do tema.