Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai ao tentar fugir com passaporte falso

Ele tentava embarcar em um voo internacional utilizando um passaporte paraguaio falso, segundo informações das autoridades locais.

Eduardo Fogaça

Publicado em: 26 de dezembro de 2025

4 min.
Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai ao tentar fugir com passaporte falso. Foto: Divulgação

Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai ao tentar fugir com passaporte falso. Foto: Divulgação

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai. Ele tentava embarcar em um voo internacional utilizando um passaporte paraguaio falso, segundo informações das autoridades locais.

Silvinei, que residia em Santa Catarina, rompeu a tornozeleira eletrônica que utilizava por determinação judicial e seguiu de carro até o país vizinho. O destino final da viagem seria El Salvador, na América Central.

Condenação pelo STF e tentativa de fuga

Na semana passada, Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Apesar da condenação, ele aguardava em liberdade, uma vez que ainda cabem recursos à decisão.

De acordo com o STF, o ex-diretor da PRF coordenou ações da corporação para dificultar o deslocamento de eleitores considerados desfavoráveis ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022. A acusação sustenta que houve uso indevido da estrutura policial para interferir no processo eleitoral.

Atuação da PRF durante as eleições

Depoimentos colhidos durante o julgamento apontam que Silvinei teria afirmado, em reuniões internas, que “era hora de a PRF tomar um lado”, em referência ao cenário político do país. O entendimento do Supremo é de que essas condutas comprometeram a neutralidade institucional da corporação.

Além disso, os ministros destacaram a chamada “inércia criminosa” do então diretor-geral durante os bloqueios de rodovias federais promovidos por caminhoneiros após o resultado das eleições presidenciais.

Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, afirmou que a PRF deixou de agir de forma deliberada para desobstruir estradas essenciais ao abastecimento do país. “A PRF cruzou os braços para a paralisação de inúmeras rodovias federais, usadas para transporte de alimentos e medicamentos. Foi necessária uma determinação judicial para que as vias fossem liberadas”, declarou o ministro.

Próximos passos

Com a prisão no Paraguai, Silvinei Vasques deverá passar por procedimentos legais no país vizinho, enquanto as autoridades brasileiras avaliam os trâmites para eventual extradição. O caso segue sob acompanhamento do Supremo Tribunal Federal.


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