Home office recua pelo segundo ano e atinge 7,9% dos trabalhadores no Brasil

O recuo também aparece na proporção total: o home office passou de 8,4% em 2022 para 7,9% em 2024.

Eduardo Fogaça

Publicado em: 19 de novembro de 2025

5 min.
Home office recua pelo segundo ano e atinge 7,9% dos trabalhadores no Brasil. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Home office recua pelo segundo ano e atinge 7,9% dos trabalhadores no Brasil. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A proporção de trabalhadores em home office caiu pelo segundo ano consecutivo no Brasil, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) revela que, em 2024, cerca de 6,6 milhões de pessoas trabalhavam no domicílio de residência — número inferior ao registrado em 2022, quando mais de 6,7 milhões estavam nessa condição.

O recuo também aparece na proporção total: o home office passou de 8,4% em 2022 para 7,9% em 2024. O ponto de virada ocorreu em 2023, quando o índice caiu para 8,2%, com 6,61 milhões de profissionais atuando de casa.

Por que o home office está diminuindo

A queda representa uma reversão da tendência de alta observada durante a pandemia de covid-19, quando o trabalho remoto ganhou força em diversas áreas. De acordo com o analista do IBGE, William Kratochwill, a categoria “trabalho no domicílio de residência” inclui também quem utiliza coworkings. “A pessoa pode dizer que trabalha de casa, mas escolher um espaço compartilhado, e isso também entra na classificação”, explica.

Apesar da redução nos últimos dois anos, o índice permanece acima dos patamares anteriores à pandemia. Em 2012, apenas 3,6% dos trabalhadores atuavam de casa; em 2019, eram 5,8%.

Diferenças entre homens e mulheres

A pesquisa mostra que o home office é mais comum entre as mulheres. Em 2024:

  • Elas representavam 61,6% dos trabalhadores nessa modalidade.
  • Considerando o universo de trabalhadores por sexo, 13% das mulheres estavam em home office, contra 4,9% dos homens.

Insatisfação e repercussões

A diminuição do trabalho remoto tem provocado tensões em algumas empresas. No início de novembro, o Nubank anunciou um retorno gradual ao trabalho presencial, o que, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, resultou na demissão de 12 funcionários.
Em março, empregados da Petrobras realizaram paralisação contra a redução do regime de teletrabalho.

Onde os brasileiros mais trabalham

O levantamento também detalha os principais locais de desempenho das atividades profissionais:

  • Estabelecimento do próprio empreendimento: 59,4%
  • Local designado pelo empregador: 14,2%
  • Fazenda, sítio, granja ou chácara: 8,6%
  • Domicílio de residência: 7,9%
  • Veículo automotor: 4,9%
  • Via ou área pública: 2,2%
  • Estabelecimento de outro empreendimento: 1,6%
  • Domicílio do empregador ou freguês: 0,9%
  • Outro local: 0,2%

Crescimento no trabalho realizado em veículos

Um destaque da pesquisa é o aumento de trabalhadores cuja atividade ocorre dentro de veículos automotores. Em 2012, essa parcela era de 3,7%; em 2024, chegou a 4,9%. Kratochwill aponta que o avanço de aplicativos de transporte, como Uber e 99, e a expansão do food truck contribuíram para essa mudança.

Na categoria, as mulheres representam apenas 5,4% dos trabalhadores. Entre todos os homens pesquisados, 7,5% trabalham em veículos, enquanto entre as mulheres essa proporção é de 0,7%.


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