A opositora venezuelana María Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira (10) como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, em reconhecimento à sua trajetória na defesa dos direitos democráticos e pela luta pacífica pela transição da ditadura para a democracia na Venezuela.
De acordo com o comitê responsável pelo prêmio, publicado na rede social X, Machado foi escolhida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica”. O presidente do comitê destacou ainda que ela representa um dos “exemplos extraordinários de coragem na América Latina nos últimos tempos”.
Em sua reação ao anúncio, María Corina dedicou o prêmio ao povo venezuelano e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que a premiação representa um impulso à liberdade e à esperança em seu país.
Quem é María Corina Machado
Com 22 anos de carreira política, María Corina Machado começou sua trajetória à frente da ONG Súmate, dedicada à transparência eleitoral e à participação cidadã. Em 2004, teve papel decisivo na coleta de mais de quatro milhões de assinaturas que possibilitaram o referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez.
Desde então, tornou-se uma das principais vozes da oposição ao chavismo e ao governo de Nicolás Maduro, enfrentando momentos de tensão com o regime. Em 2005, foi recebida na Casa Branca pelo então presidente George W. Bush, gesto que a tornou alvo de duras críticas do governo venezuelano.
Um dos episódios mais marcantes de sua trajetória ocorreu em 2012, quando interrompeu um discurso de Chávez na Assembleia Nacional e afirmou: “Expropriar é roubar”, frase que se tornou símbolo de sua postura combativa.
Apesar de ter enfrentado rejeição dentro da própria oposição — obtendo apenas 3,81% nas primárias de 2012 —, Machado reconstruiu sua liderança e, em 2024, venceu as eleições internas da Plataforma Democrática Unitária com 93% dos votos, tornando-se a principal candidata de oposição.
Entretanto, foi impedida de disputar cargos públicos por 15 anos, sob alegações de corrupção durante o governo interino de Juan Guaidó. Mesmo assim, manteve-se como figura central do movimento democrático, apoiando a candidatura de Edmundo González Urrutia nas eleições seguintes.
Com o Nobel da Paz de 2025, María Corina Machado consolida seu nome como uma das principais referências da resistência democrática latino-americana.
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