A Prefeitura de Criciúma anunciou, nesta segunda-feira (15), a criação da Central do Recomeço, um novo complexo social voltado ao acolhimento e à reinserção de pessoas em situação de rua. A iniciativa foi apresentada pelo prefeito Vagner Espindola e detalhada pela secretária municipal de Assistência Social, Dudi Sônego, como parte de uma política pública estruturada para enfrentar a dependência química, reduzir a exclusão social e criar caminhos reais de autonomia para essa população.
O projeto prevê que pessoas em situação de rua passem, inicialmente, por tratamento de desintoxicação. Após a conclusão dessa etapa, elas serão encaminhadas à Central do Recomeço, onde receberão moradia temporária, acompanhamento médico e psicológico, capacitação profissional e encaminhamento ao mercado de trabalho.
Tratamento como ponto de partida
Segundo a secretária de Assistência Social, mais de 90% das pessoas que vivem hoje nas ruas de Criciúma enfrentam problemas relacionados à dependência química. Diante desse cenário, a primeira ação do governo municipal no início do ano foi a ampliação das vagas para tratamento, em parceria com a Secretaria de Saúde.
“Triplicamos as vagas logo no começo do ano, porque entendemos que não há reinserção social sem tratar a dependência química”, destacou Dudi Sônego.
O tratamento indicado tem duração média de nove meses, e as primeiras altas começaram a ocorrer entre setembro e outubro. De acordo com a secretaria, 20 pessoas já conseguiram retornar ao convívio familiar, restabelecendo vínculos que estavam rompidos.
Acompanhamento após a alta evita retorno às ruas
A experiência prática mostrou que o maior desafio ocorre após o fim do tratamento. Sem apoio contínuo, muitas pessoas acabam retornando à situação de rua. Para evitar esse ciclo, o município reforçou o trabalho do Centro POP, com a criação de uma equipe especializada em abordagem social.
Essa equipe conta com educadores sociais que atuam 24 horas nas ruas, além de psicólogos, assistentes sociais e técnicos administrativos. O acompanhamento inclui apoio às famílias, encaminhamentos profissionais, capacitação e, quando necessário, retorno das pessoas à cidade de origem.
Além disso, a chamada República — antiga Casa de Passagem — já encaminha cerca de 20 pessoas por mês ao mercado de trabalho, tanto formal quanto informal.
Central do Recomeço vai concentrar serviços em um só local
Mesmo com os avanços, a gestão municipal identificou que ainda faltava um espaço estruturado para atender aqueles que não possuem mais vínculos familiares. A Central do Recomeço surge exatamente para suprir essa lacuna.
O complexo está em fase de implantação, com terreno já em processo de aquisição, e foi inspirado em experiências bem-sucedidas de outros municípios visitados pela equipe técnica da prefeitura.
No local, os acolhidos terão acesso a:
- Moradia temporária e assistida
- Atendimento médico e psicológico contínuo
- Capacitação e qualificação profissional
- Encaminhamento ao mercado de trabalho
- Acompanhamento social até a conquista da autonomia
“A ideia é que essas pessoas tenham um lugar onde possam se restabelecer, ganhar confiança, perspectiva de vida e condições reais de seguir com as próprias pernas”, explicou a secretária.
Nova perspectiva de vida e impacto social
Para a equipe de abordagem social, o anúncio do complexo representa uma mudança concreta na forma de lidar com o problema. Segundo Dudi Sônego, muitos usuários perdem a esperança ao concluir o tratamento por não enxergarem o que vem depois.
“Agora, eles sabem que existe um caminho. Um lugar onde serão acolhidos, incentivados e preparados para recomeçar”, afirmou.
A expectativa da prefeitura é que a Central do Recomeço contribua para a redução da desigualdade social, diminua o número de pessoas vivendo nas ruas, fortaleça vínculos familiares e promova mais dignidade, humanidade e justiça social no município.
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