Seis servidores públicos da cidade de Sangão serão afastados de seus cargos por decisão judicial, publicada em 20 de maio, após suspeitas de fraude em concurso público. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou o afastamento dos profissionais, cujas nomeações se deram por meio do Concurso Público nº 003/2018. As investigações apontaram manipulação nos resultados, o que levou a Justiça a tornar sem efeito essas nomeações.
A ação civil pública foi proposta pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jaguaruna, com base em apurações conduzidas pela 2ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECOR) da Polícia Civil. As investigações indicam que o então prefeito de Sangão, em 2018, teria colaborado com os candidatos para fraudar os concursos nº 001/2018 e nº 003/2018. Fotos de gabaritos assinados, mas em branco, encontradas no celular do ex-prefeito, sustentam a hipótese de fraude.
As provas do concurso foram aplicadas em abril de 2018, mas os registros fotográficos dos gabaritos assinados datam de maio, após a divulgação oficial das respostas. Conversas extraídas do celular do ex-prefeito também apontam para o possível favorecimento de seis candidatos, os quais foram posteriormente nomeados e seguiam atuando na administração pública municipal.
As imagens dos gabaritos foram descobertas em 2020, durante uma investigação sobre um possível esquema ilegal de licitações que envolvia a Prefeitura de Sangão entre 2012 e 2021. Durante a operação policial conhecida como Vale do Silício, o conteúdo do celular do ex-prefeito revelou indícios de fraudes em concursos. Com essas novas evidências, um inquérito específico foi aberto para investigar o caso.
Apesar de nem todos os beneficiados pela fraude terem sido identificados, o juiz responsável concedeu tutela de evidência com base no Código de Processo Civil, determinando o afastamento imediato dos seis servidores diretamente envolvidos. Ao todo, os concursos investigados levaram à nomeação de 61 pessoas, mas apenas os casos com provas concretas resultaram em afastamento. Antes da ação judicial, o MPSC já havia recomendado ao então prefeito a anulação dos concursos e a responsabilização da banca organizadora, pedido que não foi atendido, resultando na judicialização do caso.