O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na quarta-feira (19) o projeto de lei que determina que o Departamento de Justiça (DOJ) divulgue todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. A norma estabelece que o material deve ser tornado público em até 30 dias, com exceções ligadas à proteção de investigações e vítimas.
A assinatura foi anunciada por Trump em publicação na rede Truth Social, na qual ele apresentou a medida como um ato de transparência e criticou democratas por supostas ligações passadas com Epstein.
O que prevê a nova lei
A legislação exige a liberação de documentos investigativos, vídeos, áudios, relatórios e demais materiais produzidos por agências federais durante as investigações envolvendo Epstein. No entanto, o DOJ poderá reter trechos que comprometam investigações em andamento ou a identidade de vítimas de tráfico sexual, conforme confirmou a procuradora-geral Pam Bondi.
Pressão política e disputa narrativa
A divulgação dos arquivos reacende tensões políticas entre republicanos e democratas. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que acompanhará de perto o cumprimento da lei e cobrou que Trump não interfira no processo.
Democratas temem que o material sofra cortes extensivos ou que referências ao próprio presidente sejam omitidas. Já republicanos afirmam que o caso é usado politicamente contra Trump. Embora não haja evidências de crimes cometidos por ele, documentos divulgados pelo Congresso mencionam o nome de Trump em comunicações entre Epstein e Ghislaine Maxwell.
O que são os “arquivos de Epstein”
Os chamados “Arquivos de Epstein” reúnem mais de 300 gigabytes de materiais armazenados no sistema eletrônico do FBI, incluindo:
- relatórios da apuração inicial conduzida em Miami;
- documentos da segunda investigação, realizada em Nova York;
- memorandos sobre alvos, diligências e locais investigados;
- registros conhecidos como “formulários 302”, que documentam entrevistas com vítimas, testemunhas e suspeitos;
- imagens, vídeos e documentos coletados ao longo de décadas.
Parte desse acervo já veio a público por meio de processos cíveis, do julgamento de Ghislaine Maxwell e de reportagens investigativas. Ainda assim, teorias da conspiração alimentam a expectativa de que os documentos revelariam uma suposta “lista de clientes” mantida por Epstein — algo nunca comprovado. Jornalistas com acesso ao caso afirmam que não há evidências da existência de tal lista.
Quem foi Jeffrey Epstein
Jeffrey Epstein foi um financista norte-americano que acumulou riqueza e influência a partir dos anos 1980, convivendo com figuras poderosas, como o príncipe Andrew, Bill Clinton e Donald Trump — todos negam irregularidades. Em 2008, Epstein foi condenado por aliciamento de menores. Uma segunda investigação levou à sua prisão em 2019, quando enfrentava acusações federais de tráfico sexual. Ele morreu na prisão meses depois, em circunstância consideradas oficialmente como suicídio.
O que esperar da divulgação
A liberação dos documentos pode lançar novas luzes sobre a extensão das atividades criminosas de Epstein e os procedimentos adotados pelas autoridades ao longo das investigações. No entanto, parte do material poderá aparecer com trechos censurados para preservar vítimas e garantir a continuidade de apurações.
A disputa política em torno do caso indica que a publicação dos arquivos deve provocar novos embates em Washington.
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