De Tubarão até o topo da colina de Nossa Senhora Aparecida, em Treze de Maio, são 34 quilômetros percorridos por centenas de fiéis todos os anos. A caminhada, que acontece tradicionalmente no fim de semana do feriado de 12 de outubro, é um dos maiores símbolos de fé e devoção do Sul catarinense.
A reportagem especial, produzida por Anna Luiza Siqueira, da Rádio Cidade Tubarão, fez o trajeto da peregrinação que, antes mesmo do amanhecer, movimenta estradas e corações. No silêncio da madrugada, enquanto a cidade ainda dorme, grupos de peregrinos iniciam o trajeto munidos de lanternas, terços e promessas. Para muitos, a distância é apenas um detalhe diante da fé. “Cada passo é um agradecimento”, descreve a jornalista.
No alto da comunidade de São João, em Urussanga Baixa, ergue-se a imagem de 13 metros de Nossa Senhora Aparecida, esculpida pelo artista Paulo Afonso da Ponte Pereira, de Orleans. Inaugurada em 1999, a estátua se tornou o ponto final da caminhada e um dos principais destinos religiosos da região.
Segundo o padre Lino Brunel, da Paróquia São José, a colina representa o símbolo do caminho e da fé em movimento. “O santuário é o espaço da celebração, mas a colina é o espaço da caminhada. É onde o fiel vive a experiência do sacrifício e da superação”, explica.
Entre os peregrinos, há quem caminhe por promessa, quem reze por agradecimento e quem suba todos os meses, como o morador de Morro da Fumaça, Antônio de Luca. “Eu venho desde criança. Fiz promessas que deram certo e, desde então, subo a colina uma vez por mês”, contou à reportagem.
Em 2024, mais de 20 mil pessoas participaram da celebração. A expectativa para este ano é de público semelhante. A programação da Festa de Nossa Senhora Aparecida começa no sábado (11), com missa e jantar dançante. No domingo (12), as celebrações se estendem ao longo do dia, com missas, o tradicional churrasco, atividades para crianças e o baile gratuito que encerra a festa.
Ao chegar ao topo, o vento forte e o cansaço dão lugar à emoção. Diante da imagem, muitos se ajoelham, outros se abraçam. A fé, ali, se transforma em encontro e renovação. É nesse gesto coletivo que Treze de Maio se confirma, ano após ano, como o coração da fé no Sul de Santa Catarina.
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