Criciúma
Caso Thamily: motorista tem liberdade decretada
Motorista de Uber que estava com Thamily Ereno, morta em perseguição policial, teve a soltura decretada nesta sexta-feira (28)

O motorista de Uber que transportava Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, teve a soltura decretada. A jovem foi morta após ser baleada durante uma perseguição policial no bairro São Sebastião, no último dia 21.O alvará de soltura foi expedido na tarde desta sexta-feira (28). A informação foi confirmada durante entrevista da defesa à Rádio Cidade em Dia.
Os advogados de defesa do motorista, Eduarda Viscardi e Jackson Leal, relataram que a revogação da prisão preventiva foi solicitada na quarta-feira e deferida nesta sexta. “A gente entrou com o pedido na quarta e hoje tivemos a grata notícia de que ele será solto em breve”, afirmou Eduarda.
Jackson destacou que o inquérito ainda está no início e que o motorista, segundo a defesa, não teve qualquer envolvimento com o investigado Cauã, que era o alvo do mandado de prisão. “Ele estava apenas trabalhando. Não tinha vínculo com os passageiros”, reforçou.
Segundo a defesa, o motorista foi preso mesmo após se apresentar espontaneamente à delegacia para prestar esclarecimentos como testemunha. “Ele passou horas com o celular, foi tratado como testemunha. Só depois disso passou a ser tratado como suspeito, quando já não podia mais se defender adequadamente”, afirmou Eduarda.
A defesa também levantou críticas à abordagem policial, considerada precipitada e desproporcional. Os advogados afirmam que o carro da polícia não estava identificado e que o motorista pensou estar sendo assaltado, por isso deu ré para tentar sair do local. Foi nesse momento que o veículo foi atingido por um disparo, que acabou atingindo fatalmente Thamily.
“Ele não sabia que eram policiais. Os veículos eram descaracterizados, e os agentes estavam com armas em punho. Ele agiu por instinto de autoproteção”, explicou Eduarda.
A investigação ainda está em curso. O carro continua retido e será periciado. A defesa reforça que o motorista não possui antecedentes relevantes e que está colaborando com as autoridades.
“A partir de agora, inicia-se um processo longo, mas ao menos ele poderá respondê-lo em liberdade, ao lado da família”, concluiu Jackson.