Defesa de Bolsonaro entrega alegações ao STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em alegações entregues ao Supremo Tribunal Federal, na noite desta sexta-feira (22), que não foi solicitado asilo político na Argentina, contrariando a interpretação da Polícia Federal.

O único documento encontrado, um rascunho de pedido de asilo no aparelho celular do ex-presidente, não foi assinado, não tem data e nunca foi protocolado.

Segundo o relatório da investigação, o arquivo foi localizado dois dias após a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro de 2024. Apesar disso, os investigadores consideram o rascunho um indicativo de que ele poderia ter planejado deixar o país para escapar da aplicação da lei penal.

A defesa rebate essas conclusões, afirmando que o documento jamais representou um pedido concreto de asilo. De acordo com os advogados, o arquivo teria sido elaborado por terceiros e não reflete qualquer intenção real de fuga.

De acordo com a defesa, durante todo o processo, o ex-presidente cumpriu todas as determinações do STF, comparecendo às audiências, respondendo às denúncias e respeitando a proibição de viagens internacionais. Além disso, a prisão ocorreu em sua residência, reforçando que não houve tentativa de evasão.

A defesa alega que usar o rascunho como base para justificar uma prisão preventiva não possui respaldo legal, já que não há fato contemporâneo que comprove risco de fuga. Pelo contrário, o documento evidencia que qualquer intenção de asilo não se concretizou.