Justiça
Depois de 22 horas de julgamento, três são condenados por homicídio em Garopaba
Réus também respondem por ocultação de cadáver, roubo e tráfico de drogas
Por
Matheus Machado
Três homens foram condenados em uma sessão do Tribunal do Júri por envolvimento em um homicídio ocorrido em Garopaba. A sessão, que durou mais de 22 horas, teve início na última quinta-feira (31) e só foi concluída no final da sexta (1º). O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou dez pessoas pelo caso, das quais quatro foram julgadas nesta sessão; os demais ainda serão julgados.
Um dos réus foi condenado a 23 anos e oito meses de reclusão em regime inicial fechado pelos crimes de homicídio qualificado, roubo circunstanciado e tráfico de drogas. Outro réu recebeu uma pena de 22 anos e oito meses de reclusão, também em regime inicial fechado, por homicídio qualificado e roubo circunstanciado. O terceiro réu foi condenado a cinco anos de reclusão em regime semiaberto por lesão corporal. Um quarto homem, acusado de falso testemunho, foi absolvido pelos jurados.
O crime
Conforme sustentado aos jurados pelos Promotores de Justiça Felipe Lambert de Faria e Andréia Tonin, em 29 de outubro de 2021, por volta das 13h, alguns dos réus foram até a residência da vítima, que havia furtado a motocicleta de um deles, e passaram a agredi-la. Na sequência, a vítima foi colocada à força dentro de um veículo e levada até uma região de mata, onde foi continuou a ser agredida com diversos golpes com um cabo de machado e facadas, o que causou a sua morte.
O crime foi cometido de forma cruel, com prolongado sofrimento físico e psicológico para a vítima. Os agressores amarraram seus pés e pescoço com cordas e a forçaram a narrar como se apropriou da motocicleta e implorar por sua vida. Os atos foram filmados pelos criminosos.
O homicídio ainda foi cometido por motivo torpe – um acerto de contas, pois a vítima havia tomado posse de uma motocicleta pertencente a um dos réus ao visitar um ponto de tráfico para adquirir drogas. No dia do crime, a vítima voltou ao local com a motocicleta para comprar mais drogas.
O delito também foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que os seis homens a surpreenderam em sua residência, em número maior, colocando-a dentro do veículo, amarrando seus pés e levando-a até onde o homicídio foi praticado.
Ocultação de cadáver
Após matarem a vítima, já na madrugada de 30 de outubro de 2021, um dos réus (que ainda será julgado pelo Tribunal do Júri), com o auxílio de outras duas pessoas contratadas por ele transportaram o corpo da vítima para outra região de mata fechada e de difícil acesso, onde enterraram o cadáver e despejaram três frascos de ácido sobre o corpo, com o propósito de destruírem os restos mortais.
Roubo
Alguns dos réus também foram acusados de roubo e dois deles condenados por esse crime na sessão de quinta-feira. No mesmo dia do homicídio, os homens roubaram o celular e dinheiro da esposa do homem que foi assassinado. Eles entraram na residência e, mediante grave ameaça, portando duas armas de fogo e uma faca, empurraram a mulher para o interior da residência e levaram um celular e R$ 740 em dinheiro.
Tráfico de drogas
Um dos réus, que foi condenado à pena de 23 anos, também foi condenado por tráfico de drogas, já que foi comprovado que, pelo menos dois meses antes do dia do homicídio, ele praticava o crime de tráfico de drogas na região de Garopaba e, naquele mesmo mês de outubro, vendeu cocaína à vítima do homicídio.
Com informações de MPSC.