Justiça
Homicidas são condenados 350 anos de prisão
Terminou na noite de quarta-feira o julgamento de quatro dos nove envolvidos na chacina de Joinville; cinco ainda vão a julgamento
O Tribunal do Júri de Joinville condenou três dos quatro réus acusados de participação na chacina que vitimou sete pessoas em janeiro de 2023. O julgamento, que se estendeu por dois dias, teve início na última terça-feira (15) e foi encerrado na quarta-feira (16). Um dos acusados foi absolvido.
A sentença totaliza mais de 350 anos de prisão, somando as penas impostas aos três condenados. Eles foram responsabilizados por uma série de crimes, incluindo sete homicídios qualificados, dez sequestros e cárceres privados, além de três tentativas de homicídio. O caso, que chocou Santa Catarina, ainda segue em desdobramento: outras cinco pessoas ainda serão julgadas, incluindo a suposta mandante do crime.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o episódio teve início após um desentendimento entre uma das vítimas e uma mulher durante um baile. A mulher, apontada como integrante de uma facção criminosa, teria interpretado um gesto da vítima como sinal de pertencimento a um grupo rival. A partir daí, os crimes foram orquestrados.
As dez vítimas viviam em um alojamento no bairro Morro do Meio, onde foram surpreendidas e atacadas pelos criminosos. A casa foi incendiada e, posteriormente, seis corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro, no bairro Vila Nova, a cerca de oito quilômetros do local. Um sétimo corpo foi localizado apenas dois meses após o ataque. Três pessoas conseguiram escapar e sobreviveram ao atentado.
As vítimas fatais estavam em Joinville a trabalho e eram naturais das cidades de Palmas e Cruz Machado, no Paraná. Elas foram identificadas como Daniel Marcolino de Lima, 19 anos; Rivair Amaral Ribeiro, 23 anos; Bruno dos Santos Sales, 24 anos; Ivonei Wendler dos Santos, 26 anos; João Mário do Amaral, 28 anos; e Marcos da Silva Machado, 30 anos. Uma das vítimas, Daniel Marcolino de Lima, foi erroneamente listada duas vezes em documentos oficiais e retificada durante o julgamento.
Os próximos passos
Ao todo, nove pessoas são acusadas de envolvimento na chacina. Os quatro julgados nesta primeira etapa respondem por participação direta nos crimes. A mulher apontada como mandante ainda não foi levada a júri. A investigação conduzida pelo Ministério Público aponta ligação dos acusados com uma organização criminosa atuante no estado.
O processo judicial segue em andamento e novas sessões do Tribunal do Júri devem ocorrer nos próximos meses, conforme as denúncias forem sendo apreciadas pela Justiça.