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Região de Tubarão registrou 3,7 mil casos de violência doméstica e familiar

Justiça
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

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Região de Tubarão registrou 3,7 mil casos de violência doméstica e familiar

No mês em que a Lei Maria da Penha completa aniversário, Tubarão ainda é um dos municípios que tem números preocupantes

Após 18 anos de aprovação da Lei Maria da Penha os números ainda são alarmantes. Em 2022, o Conselho Nacional de Justiça registrou 640.867 processos de violência doméstica e familiar e/ou feminicídio nos tribunais brasileiros.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 revelou um aumento nos registros de crimes contra mulheres em comparação com 2022, incluindo homicídios, feminicídios, agressões, ameaças, perseguição, violência psicológica e estupros.

Em 2023, 258.941 mulheres foram agredidas, um aumento de 9,8%, enquanto os casos de ameaça subiram 16,5% para 778.921, e os registros de violência psicológica aumentaram 33,8%, totalizando 38.507 casos.

Na macrorregião, que engloba as cidades ao redor de Laguna e Tubarão, foram mais de 3.700 registros envolvendo violência doméstica e familiar.

A Lei Maria da Penha, sancionada há 18 anos, homenageia Maria da Penha Maia Fernandes, uma biofarmacêutica cearense que sofreu duas tentativas de homicídio pelo marido em 1983 e se tornou ativista contra a violência doméstica. A lei prevê medidas protetivas de urgência para interromper o ciclo de violência e prevenir novas agressões de natureza física, moral, psicológica, sexual ou patrimonial contra as mulheres.

A delegada regional de Polícia Civil, Vivian Garcia, conversou com a reportagem da Rádio Cidade Tubarão sobre o tema, e a importância do Agosto Lilás.

Ela trouxe em a importância de campanhas de prevenção, como o Agosto Lilás. “O Agosto Lilás é uma campanha que foi criada com o objetivo de combater a violência contra as mulheres no Brasil”, ressaltou Vivian. A campanha foi definitivamente estabelecida em 2022. Durante o mês, ocorrem iniciativas para conscientizar a população sobre a problemática da violência contra as mulheres.

E por que o mês de agosto?

As pessoas se perguntam o motivo deste mês ser o da campanha. Foi no mês de agosto que foi sancionada a lei Maria da Penha, em 2006.

“Fazer a prevenção e o combate da violência contra as mulheres é bastante complexo, porque a maioria das violências que as mulheres sofrem, acontecem nos ambientes íntimos, especialmente nas residências, dentro dos lares. Então há uma grande dificuldade de chegar na conscientização, efetiva e plena da sociedade em face de um problema que é histórico cultural”, completou Vivian.

Ela ainda fala a respeito da conscientização necessária para a sociedade sobre a temática. “Na realidade, o mês de agosto levanta o assunto para que a sociedade possa refletir de maneira ampla, fazendo esse reflexo na educação dos filhos e para que no futuro de médio a longo prazo, nós possamos efetivamente diminuir os números de violência”, explica Garcia.

Ela também explica o perfil para vítimas de violência. “Não podemos afirmar que exista um perfil de vítima de violência, especialmente a violência doméstica e familiar. Qualquer mulher pode ser vítima. O que os dados estatísticos nos mostram, é que há um maior número de registro das vítimas que têm idade de 25 a 44 anos. Como também temos, que o maior crime cometido contra as mulheres é o de ameaça, quase dobrando o número do segundo crime, que seria o de lesão corporal, o segundo mais registrado por mulheres no estado” comenta.

Vivian também conta sobre a importância da conscientização da sociedade no combate à violência contra a mulher: “Nós só conseguiremos, de forma efetiva, trabalhar a diminuição desses dados estatísticos quando nós, como sociedade, nos conscientizarmos sobre a questão que envolve a educação de gênero e a equidade entre homens e mulheres, equidade plena e também de oportunidades. Dessa forma, na educação formal, em casa, na educação dos nossos filhos, das pessoas à nossa volta, com muito diálogo, com certeza, conseguiremos avançar como uma sociedade mais justa e igualitária no que envolve a violência doméstica e familiar em face das mulheres”.

Tubarão é o município que mais registra casos em sua região. Já para os lados de Laguna, Imbituba é o município que mais registra devido a maior população.

“Nós temos trabalhado muito a questão da conscientização por intermédio de palestra, nos atendimentos, trabalhando a repressão de forma muito efetiva. Mas esse é um trabalho conjunto da sociedade para que consigamos de maneira plena diminuir esses dados tão tristes para Santa Catarina e para o Brasil”, concluiu a delegada.

Felizmente, durante o ano de 2024, nenhum caso de feminicídio foi registrado na região de Laguna e Tubarão.

Fonte: Rádio Cidade Tubarão

Colaboração: Matheus Machado

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