Justiça
STF não devolve relógios Rolex a advogado suspeito
O STF negou devolver relógios Rolex ao advogado Mauro Moraes, suspeito de envolvimento na venda de sentenças no TJMT
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a apreensão de dois relógios da marca Rolex pertencentes ao advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes. Ele é investigado na Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal para apurar um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão foi assinada pelo ministro Cristiano Zanin, relator do caso.
A defesa de Mauro Moraes argumentou que os relógios foram presentes recebidos em suas formaturas nos anos de 1996 e 1997, alegando valor sentimental. No entanto, o ministro Zanin destacou que os itens podem ser relevantes para a investigação e representar produto de crime. Além disso, o pedido do advogado para viajar a São Paulo, onde pretendia acompanhar uma cirurgia da mãe, também foi negado.
Deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2023, a Operação Sisamnes apura a existência de um esquema de corrupção dentro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. De acordo com o jornal A Gazeta, o advogado Mauro Moraes é suspeito de ter sido beneficiado em um processo relatado por seu pai, o desembargador afastado Sebastião de Moraes Filho. As supostas negociações foram descobertas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.
Além da apreensão dos relógios, a investigação resultou no afastamento de dois desembargadores, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, que permanecem sob monitoramento eletrônico. Durante a operação, a PF também prendeu Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como um dos principais articuladores do esquema de venda de sentenças.
Outros investigados incluem o advogado Flaviano Kleber Taques Figueiredo, o empresário Valdoir Slapak e seu sócio Haroldo Augusto Filho, além do ex-assessor do desembargador Sebastião, Rodrigo Vechiato da Silveira, o servidor do TJMT Rafael Macedo Martins e o policial militar Victor Ramos de Castro.
A Polícia Federal segue apurando crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. A manutenção da apreensão dos bens de Mauro Moraes reforça o andamento da investigação e a busca por esclarecimentos sobre o esquema de corrupção no Judiciário mato-grossense.