Florianópolis
Suspeitos são condenados a até 12 anos por extorsão em São José
Eles também deverão pagar uma indenização total de R$ 300 mil para seis vítimas
Três agiotas foram condenados pela Justiça na Comarca de São José, em Santa Catarina, após serem acusados pelo Ministério Público (MPSC) de usura, extorsão e associação criminosa. Com penas individuais variando de 10 a 12 anos de prisão, eles também deverão pagar uma indenização total de R$ 300 mil para seis vítimas afetadas por suas ações.
A acusação, conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de São José, revelou que os agiotas praticavam cobranças com juros abusivos e recorriam a violência e ameaças graves. Aproveitando-se da situação de fragilidade das vítimas no pós-pandemia, os réus impunham taxas exorbitantes, de até 100% ao ano, a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Caso houvesse atraso nos pagamentos, as vítimas eram pressionadas com mensagens diárias de intimidação pelo WhatsApp ou visitas em suas casas e locais de trabalho, muitas vezes à noite.
Dentro da organização, dois réus eram responsáveis por conceder os empréstimos e negociar com as vítimas, além de realizar as cobranças. Enquanto o terceiro, por sua vez, cuidava da contabilidade, atualizando os débitos das vítimas e alertando os outros sobre a necessidade de coagi-las para garantir o pagamento, gerando um lucro ilícito para o grupo.
Segundo o processo, os juros sobre o saldo devedor aumentavam para 30% ao dia em casos de atraso, além de uma multa de 50% sobre o valor total. Essas práticas elevavam ainda mais o débito das vítimas, que enfrentavam dificuldades financeiras e psicológicas devido ao método implacável dos agiotas.
As condenações foram de 11 anos para um dos réus foi de, 9 anos e 5 meses para o segundo, e 9 anos e 10 meses para o terceiro, em regimes fechados e semiabertos. Com prisão preventiva durante o processo, os réus não poderão recorrer em liberdade, devido à gravidade das acusações, ao risco à ordem pública e à aplicação da lei penal.