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Botos retornam ao Rio Araranguá: confira como ajudar

Criciúma
Botos nadando no Rio Araranguá durante o monitoramento científico
Foto: Divulgação / Projeto Botos do Araranguá

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Botos retornam ao Rio Araranguá: confira como ajudar

Pesquisadores monitoram a volta dos botos ao Rio Araranguá para entender sua influência no ecossistema e incentivar a preservação ambiental

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Após décadas de ausência, os botos voltaram a aparecer no Rio Araranguá, em um fenômeno que está sendo monitorado de perto pelo professor Rodrigo Machado, do curso de Ciências Biológicas da Unesc. A pesquisa, que teve início em 2019, foi impulsionada pela dúvida sobre a presença histórica dos botos na região e pela necessidade de entender a relação desses animais com os pescadores artesanais locais. O que parecia ser uma simples curiosidade científica tornou-se um sinal positivo de recuperação ambiental.

“Queríamos saber se os botos haviam estado aqui no passado, se a presença deles era constante ou apenas sazonal, e como eles interagiam com os pescadores”, explica o professor. Embora os pescadores já tivessem relatado encontros ocasionais com os animais, a pesquisa científica nunca havia sido realizada para confirmar essas observações. Em 2021, após a pandemia, a equipe iniciou o monitoramento de campo, e os resultados começaram a surgir.

Em 2020, relatos começaram a surgir de avistamentos pontuais de botos, e em 2021 e 2022, a presença deles se intensificou, especialmente no verão. No início de 2023, durante uma expedição de monitoramento, a equipe conseguiu registrar fotossinteticamente quatro botos na Barra Velha, com dois deles interagindo diretamente com pescadores. “Foi uma experiência única. Conseguimos capturar imagens e documentar essas interações”, compartilha Rodrigo.

A partir de 2023, o monitoramento se intensificou, com Rodrigo visitando a região regularmente. Em suas idas à Barra de Araranguá, os botos apareceram em 20% a 25% das visitas. “Agora, nossa grande pergunta é: os botos vão continuar aparecendo ao longo do ano, ou esse é um fenômeno sazonal, restrito ao verão?”, indaga o professor.

Além das questões ecológicas, a pesquisa sobre os botos tem implicações profundas para a preservação ambiental local. A presença dos botos é vista como um indicativo de saúde do ecossistema, e seu retorno pode ser um sinal de recuperação da região, que, no passado, sofreu com impactos ambientais significativos. “Os botos são indicadores de qualidade ambiental, e sua presença ativa na pesca cooperativa pode ser um modelo para políticas públicas de preservação”, afirma Rodrigo.

O projeto também incorporou a “ciência cidadã”, incentivando a população local a colaborar com dados sobre avistamentos de botos. Os moradores, turistas e guarda-vidas podem ajudar a entender melhor a presença dos animais na região enviando fotos ou vídeos de avistamentos. Para isso, é possível enviar as informações para o WhatsApp: (48) 9116-8560 ou pelo Instagram: @botosdoararangua.

“As informações dos moradores são cruciais para nosso estudo. Cada avistamento contribui para a compreensão do comportamento e da distribuição desses animais”, ressalta.

A pesquisa faz parte de uma rede de estudos, a Rede Gephyreus que envolve universidades e instituições de pesquisa do Brasil, do Uruguai e da Argentina, ampliando o alcance da investigação sobre os botos e suas interações com o ecossistema.

 

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