Chefe da APA da Baleia Franca explica greve de servidores ambientais
O chefe da Área de Proteção Ambiental Baleia Franca (APABF), Stéphano Diniz, explicou com detalhes como está a situação da greve dos servidores ambientais. Primeiramente ele destaca que o movimento é nacional, e que envolve o Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama e o Serviço Florestal Brasileiro.
A reinvindicação de todos os servidores é a melhoria na carreira dos especialistas ambientais. Isso significa que eles pedem melhorias nas condições de trabalho, como mais concursos públicos, já que os quadros de funcionários estão defasados. “Por exemplo, na APA da Baleia Franca, nós temos três funcionários concursados para uma área de mais de 154 mil hectares”, explica Diniz. O órgão cobre o total de nove municípios do Litoral Sul, com 130 km.
Além dos concursos, Stéphano alega que os salários estão abaixo no comparativo com outros concursos. Como resultado, muitos servidores migram de áreas e deixam os serviços ambientais. “Não adianta ter só concurso. É preciso fixar uma carreira melhor para que essas pessoas fiquem”, conta o Chefe.
Com a greve, alguns serviços da APA não são devidamente executados, como por exemplo, as fiscalizações, os licenciamentos e autorizações diretas. Ainda assim, as denúncias são coletadas. Além disso, atividades essenciais como o resgate de fauna, emergenciais ambientais e desencalhes de baleias e grandes cetáceos continuam normalmente.
“Ninguém gosta de greve. Queremos que acabe o quanto antes”, ressalta Diniz. As negociações já são feitas há um certo tempo, mas o Ministério de Gestão encerrou as conversas, e com isso, teve início a greve. Além da falta de pessoal, existe uma preocupação com a segurança das embarcações e veículos usados pelos órgãos, que em muitos casos estão sucateados.
“A valorização da força de trabalho e dos servidores é essencial para a preservação na natureza e conservação do meio ambiente, simplesmente porque são essas pessoas que ‘colocam a mão na massa’. É importante que existam esses servidores, que fazem acontecer”, finaliza Stéphano.