Espécie incomum é flagrada no litoral de SC

Câmeras de monitoramento ambiental registraram a presença de uma matilha de graxains (Cerdocyon thous) em atividade no Refúgio de Vida Silvestre de Itapema, no litoral de Santa Catarina. Também conhecidos como “raposa-do-campo” ou “raposa-come-caranguejo”, os animais são importantes indicadores da saúde do ecossistema da Mata Atlântica e reforçam o papel da unidade como reduto de biodiversidade.
Com hábitos onívoros, os graxains se alimentam de frutas, insetos, pequenos roedores e crustáceos, como caranguejos. Segundo especialistas, eles desempenham funções ecológicas relevantes, como a dispersão de sementes e o controle populacional de outras espécies, o que contribui diretamente para a regeneração da vegetação e o equilíbrio ambiental.
O Refúgio de Vida Silvestre de Itapema tem 3.081 hectares e protege áreas estratégicas de floresta nativa, incluindo nascentes que abastecem os municípios de Itapema e Porto Belo. A unidade já registrou diversas espécies ameaçadas ou raras, como o gato-maracajá, felino de pelagem exótica e hábitos discretos; o bugio-ruivo, conhecido por seus chamados intensos, e o ouriço-cacheiro-da-Mata-Atlântica (Coendou spinosus).
Outro destaque recente foi a primeira aparição documentada de uma jaguatirica na região, considerada um marco pelos pesquisadores. “A presença desses animais sinaliza que o ambiente ainda é suficientemente preservado para abrigar predadores e espécies sensíveis à degradação”, avaliam os técnicos envolvidos no monitoramento.
As imagens captadas pelas armadilhas fotográficas têm sido fundamentais para o estudo da fauna local e o planejamento de ações de conservação e manejo. Elas também reforçam a importância das unidades de conservação como ferramentas essenciais para a manutenção da biodiversidade em regiões de alta pressão urbana.
Veja o vídeo das câmeras de monitoramento