Meio Ambiente
Furacão Milton: ‘Nos protegemos dentro da lavanderia’, diz criciumense nos EUA
Bárbara Barreto relatou momentos de apreensão ao lado do esposo e dos filhos
Desde o fim de semana que jornais do mundo inteiro destacam os estragos causados pelo Furacão Milton nos Estados Unidos. O fenômeno, que atingiu principalmente cidades da Flórida, já resultou em 16 mortes e tem gerado uma grande preocupação entre moradores que estão na rota do evento climático. A criciumense Bárbara Barreto é uma dessas pessoas que, estando na cidade de Tampa, acompanhou com grande apreensão o ocorrido.
Bárbara e sua família estão morando em Tampa há cerca de nove meses. Segundo ela, o litoral da cidade foi o primeiro a ser atingido pelo furacão. O fenômeno entrou pela região das praias e resultou na destruição de casas e em grandes alagamentos. Por morar em uma região mais afastada, a criciumense acabou não lidando diretamente com os estragos – mas, ainda assim, passou por momentos de tensão.
“A cidade é muito grande. Eu moro há uns 40 minutos do centro, há 40 minutos de uma das praias e há 1h30 de outras praias. É tudo muito distante. A região onde estamos não foi pedido para evacuar, era para ficar para não atrapalhar quem realmente precisava sair, deixar as estradas mais livres. Graças a Deus, na região onde a gente se encontra, o Furacão passou de forma mais leve”, declarou.
Preparação para receber o Furacão
O litoral de Tampa já havia sido atingido por um outro furacão, o Helene, há cerca de 15 dias. Segundo Bárbara, não deu tempo dos moradores próximos das praias se recuperarem para receberem o Milton. Ela diz que seu marido visitou a região no início da semana e que se deparou com um “cenário de filme” – tamanha a destruição.
“Desde segunda-feira já tem produtos que não encontrávamos mais nas prateleiras. Vai no mercado e não tem, mas vai em outro e tem. Muitos estão acabando, como frutas e outros perecíveis. No domingo, já não tinha mais água no Walmart. Gasolina estava bem escassa na segunda e, na quarta, não tinha em lugar nenhum praticamente. Isso dificultava quem queria sair também, porque tu vai sair, pegar trânsito e ficar na estrada. Será que vai encontrar gasolina até chegar em um lugar seguro?”, relatou Bárbara.
A criciumense relata que na quarta-feira os moradores da região onde ela mora foram avisados de que havia risco de alagamentos por conta do Furacão – algo que nunca aconteceu na localidade. Os celulares apitaram todos no mesmo momento, em um tom diferente e de alerta. “Gera um pouco de pânico, um certo medo”, disse ela.
No local onde Bárbara mora, o Furacão passou com muito vento na noite de quarta-feira e madrugada de quinta. O fato das casas serem feitas de drywall, uma espécie de gesso acartonado, fazia com que houvesse muito barulho de galhos de árvores e outros objetos voando e batendo nas paredes pelo lado de fora. Enquanto chovia e ventava, a família se abrigava na lavanderia.
“Tenho uma filha de 11 anos e um bebe de oito meses. A gente estava bem apreensivo e acompanhamos o que devíamos fazer para estarmos seguros. Indicavam para ficar em um cômodo no meio da casa e de preferência onde não tivesse janelas, porque as janelas aqui são todas de vidro. Nos protegemos dentro da lavanderia, com um bebê de oito meses, minha filha de 11 anos, meu marido e mais o que a gente precisasse, caso não conseguíssemos sair dali por algum motivo. Mas, graças a Deus, passou”, disse.
O dia seguinte
Na quinta-feira, o Furacão já havia passado de Tampa e ido em direção a Orlando. O dia amanheceu completamente diferente. “Um dia nublado, com vento, mas tudo tranquilo. Nem parece que passamos por tudo isso de noite”, declarou.
O cenário das ruas próximas a casa de Bárbara amanheceram como um reflexo da passagem do Furacão. Eram muitos galhos, folhas, lixeiras derrubadas. Um cenário de bagunça, que contava até mesmo com árvores que caíram no meio das estradas.
Confira imagens dos estragos causados em Tampa, na parte mais afastada do litoral: