O planeta ultrapassou sete dos nove limites considerados essenciais para manter a vida na Terra. O alerta vem do Instituto Potsdam de Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, que publicou um relatório apontando a acidificação dos oceanos como a mais recente barreira rompida.
Segundo os cientistas, os oceanos absorvem 90% do excesso de calor gerado pela atividade humana. Contudo, o aumento da acidez — entre 30% e 40% desde a Revolução Industrial — ameaça ecossistemas marinhos e compromete o papel do mar como regulador do clima global.
Efeito em cadeia nos oceanos
O processo já afeta organismos fundamentais da cadeia alimentar, como pequenos caracóis (pterópodes), recifes de corais tropicais e a vida marinha do Ártico. O impacto, afirmam os pesquisadores, chega até a segurança alimentar humana.
“O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão caindo e as ondas de calor marinhas estão aumentando. Isso tudo eleva a pressão sobre um sistema vital para estabilizar as condições no planeta”, explicou Levke Caesar, um dos autores do relatório.
Eventos extremos mais frequentes
A alteração dos oceanos também contribui para a intensificação de fenômenos climáticos. O estudo cita como exemplo as ondas de calor registradas no Mediterrâneo e as enchentes que provocaram mais de 200 mortes na Espanha em 2024.
Para a oceanógrafa Sylvia Earle, a acidificação representa um alerta urgente: “Durante bilhões de anos, o oceano tem sido o grande estabilizador da Terra. Hoje, a acidificação é uma luz vermelha piscando no painel de controle”.
Quais limites já foram rompidos?
Além da acidificação dos oceanos, outros seis limites já foram ultrapassados, segundo o relatório:
- Mudança climática
- Integridade da biosfera
- Uso do solo (como desmatamento)
- Uso da água doce
- Fluxos biogeoquímicos
- Introdução de novos elementos (como organismos geneticamente modificados)
Apenas dois indicadores permanecem em níveis considerados seguros: a camada de ozônio, em processo de recuperação após o Protocolo de Montreal de 1987, e a carga de aerossóis na atmosfera, que vem diminuindo globalmente.
Ainda há chance de reversão
O diretor do PIK, Johan Rockström, destacou que os exemplos positivos mostram a possibilidade de reação: “Mesmo que o diagnóstico seja grave, ainda há uma chance de cura. O fracasso não é inevitável; o fracasso é uma escolha”.
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