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ONU em alerta com tensão entre Irã, EUA e Israel
A mais recente reunião do Conselho de Segurança da ONU colocou frente a frente representantes diplomáticos de três protagonistas do atual conflito no Oriente Médio
A mais recente reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) colocou frente a frente representantes diplomáticos de três protagonistas do atual conflito no Oriente Médio: Irã, Israel e Estados Unidos. O encontro, realizado em clima de tensão internacional, refletiu a escalada da crise após ataques recentes, inclusive a instalações nucleares iranianas, o que aumentou o alerta global sobre os riscos de um confronto mais amplo.
Durante sua fala, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani afirmou que o Irã responderá de forma proporcional às agressões sofridas por parte de Israel e dos Estados Unidos. Ele acusou Washington de colocar sua própria segurança em risco para proteger o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e negou que o Irã possua armas nucleares. O diplomata também pediu que o Conselho de Segurança condene formalmente os ataques e responsabilize os autores.
Representando Israel, o embaixador Danny Danon iniciou seu discurso afirmando que os ataques americanos contra usinas nucleares iranianas mudaram a história. Ele agradeceu aos Estados Unidos por, segundo ele, eliminar a maior ameaça atual à segurança mundial. Danon também criticou os países que condenam as ações de Tel Aviv e Washington, e defendeu a legitimidade do ataque de Israel ao Irã no último dia 13, como resposta a ameaças nucleares.
Os Estados Unidos, por sua vez, realizaram no sábado (21) bombardeios contra três usinas nucleares iranianas — Fordow, Natanz e Esfahan — intensificando ainda mais o conflito. O Irã declarou que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que estava em meio a negociações com os americanos para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), embora sem provas de fabricação de bombas, vinha apontando descumprimentos por parte do Irã, que por sua vez acusa a agência de agir sob influência política do Ocidente.
A controvérsia sobre os programas nucleares dos dois países reacendeu velhas suspeitas. Enquanto o Irã nega a intenção de desenvolver armamento atômico, relatos históricos indicam que Israel mantém há décadas um arsenal nuclear não declarado, com estimativas de ao menos 90 ogivas desde os anos 1950. Apesar da oposição veemente de Tel Aviv à possibilidade de um Irã nuclear, a falta de consenso no Conselho de Segurança impediu a aprovação de qualquer resolução ao fim da reunião.