Política
Brasil parabeniza eleições na Venezuela e espera atas
Brasil parabeniza a Venezuela pela eleição e aguarda atas para garantir transparência. Oposição rejeita resultado e divide outros países
Por
Vinícius Barbosa
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil divulgou que está aguardando a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos “dados detalhados por mesa de votação”, essencial para garantir a transparência e a credibilidade dos resultados eleitorais.
O comunicado sublinha que o Brasil reitera o princípio da soberania popular e a importância de uma avaliação imparcial dos resultados. O Itamaraty também parabenizou a Venezuela pela realização das eleições em um ambiente pacífico.
“Ao celebrar a paz nas eleições de ontem [domingo] na Venezuela, o governo brasileiro continua acompanhando de perto a apuração dos votos”, afirma a nota do MRE.
O embaixador Celso Amorim, assessor especial de Relações Internacionais da Presidência, foi enviado pelo governo brasileiro para observar a votação.
Há expectativa de que o CNE libere as atas eleitorais para confirmar se correspondem às impressas no momento da votação e distribuídas aos fiscais da oposição e observadores.
Apesar do anúncio do CNE sobre a vitória de Nicolás Maduro com 51,21% dos votos e 80% das urnas contadas, a oposição, liderada por Edmundo González, rejeitou o resultado. Na madrugada de segunda-feira (29), María Corina Machado, líder oposicionista, alegou que 40% das atas disponíveis indicam a vitória de González.
A reação internacional está dividida: presidentes como Daniel Noboa (Equador) e Javier Milei (Argentina) não reconhecem o resultado; Colômbia, EUA, União Europeia e Brasil solicitam a publicação das atas; enquanto Rússia, Bolívia, China e Cuba parabenizaram Maduro sem exigir a divulgação das atas.
Após sua vitória, Nicolás Maduro pediu respeito ao resultado e destacou a confiança no sistema eleitoral da Venezuela, que possui 16 auditorias. Ele também comparou a situação com as acusações de fraude nas eleições dos EUA feitas por Donald Trump, que o governo venezuelano não contestou.
Desde 2004, os resultados eleitorais na Venezuela são frequentemente questionados pela comunidade internacional. No entanto, observações recentes de organizações como o Centro Carter e a Missão de Observação da União Europeia não apontaram fraudes, e denúncias passadas não foram formalmente confirmadas no país.
Fonte: Agência Brasil