Política
Cargnin e Murialdo trocam críticas sobre ideologia
A aprovação do projeto de lei que proíbe a “ideologia de gênero” nas escolas de Içara gerou troca de farpas entre o vereado e o ex-prefeito
A aprovação do projeto de lei que proíbe a “ideologia de gênero” nas escolas de Içara gerou troca de farpas entre o vereador autor do projeto e um ex-prefeito. De autoria do parlamentar Charles Cargnin (PL), a proposta foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal e quer impedir a veiculação de conteúdos sobre identidade de gênero e orientação sexual nas escolas para crianças até 12 anos. A medida é parte de um pacote de iniciativas conservadoras do vereador.
Em entrevista à Rádio Cidade, Cargnin explicou que o projeto tem o objetivo de proteger as crianças de conteúdos que considera prejudiciais. “Antes da Dalvânia (Cardoso, prefeita atual), tivemos um prefeito com um viés ideológico de esquerda, que defendia tudo o que repudiamos”, afirmou o vereador, referindo-se ao ex-prefeito Murialdo Gastaldon.
Segundo ele, a proposta busca preparar o caminho para um futuro onde o município não adote políticas contrárias a esses princípios. Cargnin afirmou que o projeto vai além da questão de gênero, incluindo outras iniciativas que tratam de temas como apologia à violência e à droga, além da criação do “Dia do Conservadorismo” em Içara.
As declarações do vereador não passaram despercebidas. O ex-prefeito Murialdo Gastaldon reagiu. Para ele, as falas do vereador são um “tapa na cara” dos professores da rede pública. Gastaldon defendeu a qualidade do ensino durante a gestão dele e também criticou a insinuação de que os professores estavam promovendo doutrinação ideológica. “Essas falas prejudicam o trabalho dos professores e não refletem a realidade da educação em Içara”, afirmou.
Além do projeto em questão, Cargnin se referiu a outro que visa separar homens e mulheres nas provas físicas de concursos públicos, justificando que as diferenças biológicas entre os sexos exigem essa divisão para garantir a equidade nas provas. Ele também mencionou que, caso sua lei seja aprovada, homens que se identificam como mulheres não poderão participar de provas físicas junto com mulheres, reforçando o que chama de “respeito à biologia”.