As repercussões em torno da liquidação do Banco Master ganharam novos desdobramentos nas últimas semanas, envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e reações no Congresso Nacional. O caso passou a chamar atenção após reportagens revelarem a contratação da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, pelo banco e contatos entre Moraes e a cúpula do BC.
A seguir, confira a cronologia dos principais fatos divulgados até o momento e as manifestações dos envolvidos.
11 de dezembro: contrato entre Viviane Barci e o Banco Master
O jornal O Globo revelou que o Banco Master firmou contrato com o escritório de advocacia da família de Alexandre de Moraes, representado por Viviane Barci de Moraes. Segundo a reportagem, o acordo previa a atuação do escritório na defesa de interesses do banco e de seu controlador, Daniel Vorcaro, junto ao Banco Central, à Receita Federal e ao Congresso Nacional.
Ainda de acordo com a publicação, o contrato previa pagamentos que somariam R$ 129 milhões, com parcelas mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027. Após a liquidação do Banco Master, os repasses teriam sido interrompidos.
22 de dezembro: contatos entre Moraes e Galípolo
Nova reportagem assinada pela jornalista Malu Gaspar, também em O Globo, apontou que Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes para tratar de assuntos relacionados ao Banco Master.
A informação foi confirmada pelo analista de política da CNN Brasil, Caio Junqueira. Segundo o relato, teriam ocorrido pelo menos três contatos telefônicos e um encontro presencial entre Moraes e Galípolo.
22 de dezembro: reação no Congresso Nacional
Após a divulgação das informações, parlamentares anunciaram a intenção de apresentar um pedido de impeachment contra o ministro do STF. O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou à CNN Brasil que o recesso parlamentar seria usado para coletar assinaturas necessárias para formalizar o pedido.
Paralelamente, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) informou que avaliava a apresentação de um requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Em entrevista ao programa WW, Vieira disse que a investigação buscaria esclarecer se houve contrato com contraprestação mínima e eventual interferência do ministro em benefício de cliente do escritório de advocacia da família.
“O objetivo é colocar luz nos fatos. Ninguém está condenando previamente quem quer que seja, mas fatos dessa relevância precisam ser apurados”, declarou o senador.
23 de dezembro: manifestações de Moraes e do Banco Central
Na manhã do dia 23, Alexandre de Moraes se manifestou oficialmente, afirmando que as reuniões com Gabriel Galípolo tiveram como pauta os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky contra ele. O ministro informou ainda que participou de encontros semelhantes com dirigentes de outras instituições financeiras para discutir o mesmo tema.
No mesmo dia, o Banco Central divulgou nota confirmando reuniões com Moraes para tratar dos impactos da Lei Magnitsky.
À noite, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem afirmando que Moraes teria feito ao menos seis ligações a Galípolo em um único dia para tratar do andamento da operação de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Em resposta, o ministro divulgou nova nota negando qualquer pressão ou interferência na operação.
Segundo Moraes, as reuniões ocorreram em 14 de agosto, após a sanção imposta pelo governo dos Estados Unidos, e em 30 de setembro, depois da extensão da medida à sua esposa. Ele afirmou ainda que o escritório de Viviane Barci de Moraes nunca atuou na operação de aquisição do Banco Master pelo BRB junto ao Banco Central.
Desdobramentos do caso Banco Master
Em setembro, o Banco Central vetou a compra do Banco Master pelo BRB, citando ausência de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira da operação. Dois meses depois, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal e passou a ser investigado por suspeitas de fraudes contra o sistema financeiro.
O caso segue gerando repercussão política e institucional, com pedidos de investigação em análise no Congresso Nacional e manifestações públicas das autoridades envolvidas.
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