Política
Chile veta aumento e novos cargos na Câmara de Forquilhinha
Prefeito interino de Forquilhinha veta aumento salarial de vereadores e criação de cargos, alegando que projeto é inconstitucional e abusivo
O prefeito interino de Forquilhinha, Valcir Matias, o Chile (PDT), vetou o aumento salarial dos vereadores e a criação de novos cargos de assessor de bancada, alegando que o projeto é inconstitucional e abusivo. O aumento aprovado pela Câmara aumentaria o salário dos vereadores em cerca de 45%, passando para R$ 11.300 a partir da legislatura de 2025-2028. Além disso, o projeto previa a criação de até nove cargos de assessores de bancada, com salário de R$ 5.200.
Em entrevista ao programa Em Dia Com a Cidade, da Rádio Cidade em Dia, Chile explicou que, além de inconstitucional, o aumento era imoral e abusivo, com um impacto significativo na folha de pagamento da Câmara. “Houve um aumento aprovado na Câmara em regime de urgência urgentíssima, lido e votado no mesmo dia. Esse aumento, além de inconstitucional por ultrapassar o prazo de 180 dias antes do fim do mandato, é imoral e abusivo, gerando um impacto significativo na folha de pagamento”, disse Chile.
O prefeito também criticou a criação dos novos cargos de assessores de bancada. “Na minha visão, isso é absurdo. Se tivessem eliminado quatro cargos e criado um para cada bancada, seria aceitável, pois não aumentaria excessivamente a folha de pagamento da Câmara. A criação de nove cargos sem cortar os antigos é uma atitude que considero irresponsável”, afirmou.
Ele também mencionou que tentou dialogar com os vereadores sobre o projeto, mas que seus esforços não foram atendidos. “Tentei chamar os vereadores para conversar sobre isso, mas eles não vieram. Acho que é uma questão de princípios e de zelar pelo bem e pelo dinheiro público”, completou.
Chile reforçou que ficou sabendo do projeto pela imprensa e que, ao recebê-lo, não hesitaria em vetá-lo. “Assim que ele chegasse para mim, eu iria vetá-lo de qualquer forma, pois é algo completamente inconstitucional, abusivo e imoral”, disse.
O presidente da Câmara de Vereadores, Dinho Rampinelli (PL), que estava de licença médica no momento da aprovação do projeto, também se posicionou contra a proposta. Ele relatou que não foi informado sobre o projeto e que, quando retornou, encontrou um ambiente desconfortável. “Não fui comunicado sobre esse projeto. Quando retornei à Câmara, houve um certo desconforto tanto com os assessores quanto com os vereadores, especialmente com o vice-presidente que me substituiu e que não comunicou sobre essa proposta, que foi rapidamente aprovada no mesmo dia”, contou Rampinelli.
Dinho Rampinelli também compartilhou sua preocupação com a falta de discussão do projeto. “O projeto foi publicado e pouco discutido, especialmente considerando o momento delicado que a população de Forquilhinha enfrenta. Precisamos de responsabilidade e cautela”, alertou.
Ele ainda afirmou que irá convocar uma reunião com os vereadores na próxima segunda-feira para discutir o veto. “Temos um grupo de WhatsApp entre os vereadores, e uma reunião foi marcada para a próxima segunda-feira, às 14h30, antes das reuniões das comissões, com todos os vereadores que participaram dessa discussão.
Dinho espera que o veto seja mantido e que seja reconsiderado pelos vereadores. “Se optarem por derrubar o veto, já deixei claro que não vou apoiar, e colocarei o veto em votação para que o projeto possa ser arquivado.”
Rampinelli também criticou a criação de novos cargos de assessoria. “O aumento de assessores mostra que a decisão foi tomada sem uma análise profunda. A proposta inicial era criar assessores por bancada sem gerar custo extra, mas uma nova estrutura foi criada sem eliminar cargos, o que aumenta os gastos e não se adequa à estrutura física da Câmara.”, afirmou.