Afastado por 180 dias do cargo em função dos desdobramentos da Operação Caronte, que investiga irregularidades no funcionamento da Central Funerária de Criciúma, Daniel Antunes (União Brasil) se pronunciou sobre o seu afastamento. A fala aconteceu nesta terça-feira (27), em entrevista à Rádio Cidade em Dia.
Deflagrada no dia 5 de agosto, a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Daniel. As investigações apuraram o envolvimento do vereador com a aprovação do projeto que estabeleceu o modelo de serviços da Central Funerária.
Daniel afirma que, em março de 2022, descobriu um câncer no rim. No fim de abril, precisou retirar o órgão por conta da doença. Por esse motivo, ficou afastado das atividades da Câmara de Vereadores ao longo de maio – mês quando ocorreu a primeira votação do projeto da Central Funerária.
“Maio foi o mês que tramitou o projeto da Central. Não bastando a doença, cirurgia e perda de rim, tenho que passar por tudo isso. Um processo pelo qual não tive culpa nenhuma, nenhum envolvimento. Estou à disposição da Justiça, prestei depoimento. Tudo o que precisavam, foi visto”, declarou Daniel.
Enquanto esteve ausente na Câmara, em maio de 2022, Daniel teve a sua vaga assumida por Paulo da Farmácia. Paulo, que também foi investigado pela Operação Caronte, votou a favor do projeto da Central.
“A primeira votação teve cinco votos contrários e 12 favoráveis. Eu estava ausente na Câmara. Na segunda votação eu já estava de volta. Tiveram quatro votos contrários e um deles foi o meu”, afirmou o vereador.
Daniel afirma que, em nenhum momento, pediram para que ele votasse a favor do projeto. O seu celular pessoal, apreendido durante a Operação, continua em posse das autoridades. Agora, o vereador busca retomar a sua vaga na Câmara.
“Meu advogado está trabalhando para que, se possível, ter um prazo menor para voltar à Câmara. Estou à disposição da Justiça e contribuir com toda e qualquer informação”, disse.