EUA e Japão fecham acordo tarifário de 15%
Trump anuncia redução de tarifas sobre importações japonesas e vultoso investimento, mas detalhes ficam em aberto
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (23) que os Estados Unidos e o Japão firmaram um acordo comercial no qual as tarifas sobre produtos japoneses serão reduzidas de 25% para 15%, e o Japão se compromete a investir US$ 550 bilhões no país norte-americano.
O pacto inclui redução de tributos sobre automóveis, arroz e produtos agrícolas, além da negociação de um projeto conjunto para exportação de gás natural liquefeito do Alasca, em benefício de ambos os lados. Trump afirmou que o investimento japonês proporcionará “centenas de milhares de empregos” e que os EUA ficarão com 90% dos lucros.
● Apesar do clima festivo, alguns críticos apontam omissões importantes: os EUA mantêm tarifas de 50% sobre aço e alumínio, ainda não há menção ao gasto com defesa, e não foram divulgados detalhes técnicos do acordo.
● A reação do mercado foi positiva: o índice Nikkei teve alta de até 3,5% após o anúncio, com salto acentuado nas ações da Toyota, Honda e Nissan.
Desdobramentos para Santa Catarina
Embora o acordo envolva diretamente apenas EUA e Japão, seus efeitos podem ressoar no setor catarinense, especialmente em segmentos de agronegócio, automotivo e metalurgia:
Agronegócio – Com mais espaço para exportações de arroz e produtos agrícolas dos EUA, podem surgir alterações nos fluxos de commodities globais, afetando preços e competitividade de arroz, carnes e suínos produzidos em Santa Catarina.
Autopeças – Redução de tarifas sobre veículos japoneses nos EUA pode intensificar a competição por insumos automotivos. SC, estado com forte cadeia de autopeças, deverá monitorar impactos na demanda internacional.
Metalurgia – O acordo não remove tarifas pesadas sobre aço e alumínio, o que pode preservar uma competitividade relativa para siderúrgicas catarinenses frente à oferta americana.