“Faltou o partido acreditar em mim”, diz vereadora Ritinha Enfermeira

Com 760 votos em 2024, a vereadora Ritinha Enfermeira ficou como suplente pelo PSD nas eleições municipais. Nesta terça-feira (10), a política fez entrevistas reveladoras ao portal SCTodoDia e à Rádio Cidade, principalmente destacando a falta de apoio prestado pelo seu partido durante a campanha.

Considerado um dos nomes fortes da sigla para a eleição e tendo apresentado mais de 50 projetos ao longo de sua legislatura, Ritinha falou que seus feitos não chegaram à comunidade da melhor maneira e citou que faltou apoio do partido para sua reeleição. “A eleição depende da postura e trabalho do candidato. Tudo contribuiu para mim estar inserida no meio político, mas eu ainda não entendi o porque isso não teve um retorno. Não sei se isso não chegou na população de uma forma correta, mais forte. Talvez faltou eu me expor mais, mas eu costumo dizer que tudo que eu conquistei na vida foi através do meu esforço, mas na eleição a gente depende dos outros”, disse a vereadora.

Ritinha afirmou que muitas pessoas a procuraram para prestar satisfação, falando que não votaram nela porque outro candidato prometeu algo ou porque acreditaram que “já estava ganho”. “A política não pode ser essa troca de favores momentâneo. Tudo que a gente construiu em 4 anos, todas as brigas pelos direitos da comunidade não tiveram relevância”, declarou.

Falta de apoio

O PSD, partido de Ritinha, conseguiu eleger três novos vereadores, reelegeu dois que já estavam (inclusive um sendo o mais votado do município), além de ter elegido o vice-prefeito Denis Matiola e ser a sigla do atual prefeito Jairo Cascaes. Mesmo com toda a representatividade da sigla, Ritinha fala que faltou apoio do partido.

“Faltou apoio. Faltou o partido querer e acreditar em mim. Não sei o motivo. Os líderes partidários não deixam isso claro, mas faltou. Senti falta do partido estar mais presente e me querer. Meus eleitores são fiéis. É claro que eu caí, de 1.004 para 760 votos, mas meu eleitorado é de mais pessoas idosas. Muitos não foram neste ano por não ter a obrigação. Teve vários fatores, mas sinto isso dentro dos partidos. Existe essa fala que tu é importante, que vão te ajudar, que estaremos contigo, mas chega na hora e não estão”, ressaltou.

Permanência no PSD

Questionada sobre a permanência na sigla, Ritinha afirmou que já teve vários motivos para deixar o partido, mas nunca tomou a decisão. “É um partido que eu gostei muito de trabalhar, mas hoje realmente não estou muito satisfeita no partido. Não recebi uma ligação no pós-eleição dos líderes e colegas, mas eu liguei para quase todos, fiz a minha parte. A equipe tem que estar junto, na vitória ou na derrota. E isso não acontece”, falou a política.

Apesar da decepção com o partido, Ritinha não deixa de ter interesse no ramo político e termina o mandato satisfeita com tudo que conseguiu exercer durante o período. “O sentimento não é de tristeza e sim de impotência, mas falar do meu mandato é algo muito prazeroso. Meu conhecimento evoluiu muito, conhecer o regimento interno. Legislei e fiscalizei muito. Representei as comunidades, as associações, os grupos. Saio com o sentimento muito positivo e com muita gratidão aos eleitores de 2020 e 2024. Não é fácil tu ter 760 pessoas que acreditam no teu trabalho, isso é muito impactante”, finalizou Ritinha, que afirmou que a política está no sangue e não deixará de fazê-la mesmo sem o mandato.