Governo barra convocação de Lulinha e oposição fala em mesada de R$ 300 mil

O governo atuou para impedir o chamado, negando o suposto “mensalão de Lulinha”, que teria alcançado R$ 25 milhões em pagamentos e uma mesada mensal estimada em R$ 300 mil, segundo relatos que constam em investigação da Polícia Federal.

Eduardo Fogaça

Publicado em: 4 de dezembro de 2025

5 min.
Governo barra convocação de Lulinha e oposição fala em mesada de R$ 300 mil. Foto: Divulgação

Governo barra convocação de Lulinha e oposição fala em mesada de R$ 300 mil. Foto: Divulgação

A CPMI do INSS rejeitou nesta quinta-feira, 4 de dezembro, a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Lula, para prestar depoimento sobre suspeitas de repasses ligados ao esquema de fraudes em descontos aplicados a aposentados e pensionistas. A votação registrou 19 votos contra a convocação e 12 a favor.

O governo atuou para impedir o chamado, negando o suposto “mensalão de Lulinha”, que teria alcançado R$ 25 milhões em pagamentos e uma mesada mensal estimada em R$ 300 mil, segundo relatos que constam em investigação da Polícia Federal.

O que motivou o pedido de convocação

Parlamentares da oposição defendiam que Lulinha fosse ouvido após o depoimento de Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, à Polícia Federal. No relato, Claro afirmou que Fábio Luís teria recebido pagamentos mensais e participado de viagens com Antunes, além de suposta sociedade em atividades da empresa World Cannabis, sediada em Brasília.

O depoimento também cita um pagamento total de R$ 25 milhões, sem detalhamento da moeda. Documentos encaminhados à CPMI incluem conversas de WhatsApp com menções ao nome de Fábio Luís, fotos e registros que indicam proximidade entre os investigados, embora não estabeleçam o papel dele no esquema.

Governo reage e acusa tentativa de desviar o foco

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro de Lula, afirmou que o pedido da oposição tinha o objetivo de mudar o foco da investigação. Ele declarou que acionará judicialmente parlamentares que atribuírem a Lulinha o recebimento de mesada.

Já o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) rebateu, dizendo que há relatos de bastidores sobre o envolvimento do filho do presidente. Moro afirmou que o governo tentaria evitar que as apurações cheguem ao “coração do esquema criminoso”. Ele também mencionou que Fábio Luís teria deixado o Brasil neste ano e estaria em Madri, retornando apenas após o fim do mandato do pai.

O que diz a investigação

A Polícia Federal indicou à CPMI que, até o momento, não há provas de participação direta de Fábio Luís no esquema de fraudes. Uma ala dos investigadores defende aprofundar diligências, enquanto outra avalia que o material atual não sustenta medidas mais contundentes.

A defesa de Fábio Luís, representada pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, afirma que as acusações são improváveis e podem causar desgaste político. Representantes da World Cannabis e do Careca do INSS negam irregularidades.

Histórico de controvérsias envolvendo Lulinha

No primeiro governo Lula, Fábio Luís já havia sido alvo de questionamentos após a Gamecorp, empresa da qual era sócio, receber aporte milionário da Oi, favorecida por mudanças regulatórias à época. O episódio ficou marcado pela frase de Lula, que o chamou de “Ronaldinho dos negócios”.

O que deve ocorrer agora

Com a rejeição da convocação, a CPMI concentra esforços na análise de documentos enviados pela Polícia Federal e no avanço das diligências em curso. A oposição pretende insistir em novas tentativas de convocação caso surjam elementos adicionais.


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