José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile neste domingo, após vencer no segundo turno a candidata comunista Jeannette Jara, apoiada pelo governo. A vitória marca uma virada significativa no cenário político chileno e consolida a ascensão de uma nova direita no país.
Jara reconheceu publicamente a derrota poucas horas após a divulgação do resultado oficial. Em publicação nas redes sociais, afirmou que entrou em contato com o presidente eleito para desejar sucesso no comando do país. “A democracia falou alto e claro”, escreveu.
Vitória construída no segundo turno
Embora tenha ficado atrás no primeiro turno, realizado em novembro, Kast conseguiu reverter o resultado na etapa decisiva da eleição. O candidato contou com o apoio dos eleitores de Johannes Kaiser, representante do campo libertário, e de Evelyn Matthei, nome da direita conservadora, ambos derrotados na primeira fase da disputa.
O resultado final confirmou o favoritismo que Kast já apresentava nas pesquisas para o segundo turno. A eleição representa a terceira tentativa do advogado de chegar à Presidência da República.
- 2017: quarto lugar, com cerca de 8% dos votos
- 2021: vitória no primeiro turno, mas derrota no segundo para Gabriel Boric
- 2025: vitória definitiva, após superar a candidata governista
De candidatura improvável à Presidência
Até poucos anos atrás, a possibilidade de José Antonio Kast chegar à Presidência era vista como remota, inclusive por aliados próximos. Amigos da época de universidade relatam que, no início da trajetória política, sua candidatura parecia improvável até mesmo dentro do próprio círculo pessoal.
O próprio presidente eleito já revelou que foi desencorajado na primeira vez em que cogitou disputar o cargo, mas insistiu no projeto político até alcançar o resultado atual.
Perfil conservador e referências internacionais
Católico, advogado e pai de nove filhos, Kast construiu sua imagem política a partir de valores conservadores e de uma plataforma que enfatiza segurança pública, combate à imigração ilegal e ajuste fiscal. Ele rejeita o rótulo de extrema-direita, mas é frequentemente comparado a líderes internacionais como Donald Trump, Javier Milei e Nayib Bukele.
Durante a campanha, Kast defendeu um “governo de emergência”, com foco no controle migratório e no endurecimento das políticas de segurança. Entre as propostas, estão o reforço das fronteiras com Bolívia e Peru e medidas para estimular a autodeportação de imigrantes em situação irregular.
Relação com o passado chileno gera controvérsia
A trajetória do novo presidente também é marcada por controvérsias relacionadas ao regime militar de Augusto Pinochet. Kast já afirmou que, se o ex-ditador estivesse vivo, teria votado nele. Seu irmão mais velho, Miguel Kast, ocupou cargos importantes durante o governo militar.
Embora reconheça violações de direitos humanos ocorridas no período, o presidente eleito costuma destacar avanços econômicos e institucionais daquele governo, o que provoca críticas de setores da sociedade e de vítimas da ditadura.
Nova fase política no Chile
A eleição de José Antonio Kast sinaliza uma mudança no humor do eleitorado chileno, especialmente após anos de instabilidade política, protestos sociais e debates sobre reformas constitucionais. Analistas apontam que a vitória reflete a prioridade dada por parte da população a temas como segurança e controle do gasto público.
Kast assume o cargo em um cenário de forte polarização, com o desafio de governar um país dividido e de cumprir promessas ambiciosas em áreas sensíveis da administração pública.
FIQUE BEM INFORMADO:
📲 Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
👉 Clique aqui e acompanhe.