Política
Morro dos Cavalos: qual a melhor saída?
Deputado Mário Motta expõe riscos ignorados no Morro dos Cavalos. Denúncia ao TCU cobra ações preventivas urgentes
A insegurança persistente no Morro dos Cavalos, trecho crítico da BR-101 em Palhoça, voltou ao centro do debate público com tom de urgência renovado. Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o deputado estadual Mário Motta criticou a inércia diante dos riscos já mapeados na região e cobrou providências imediatas.
Segundo o parlamentar, que acompanha de perto as discussões sobre o futuro da rodovia e esteve recentemente com o ministro dos Transportes, Renan Filho, não se pode esperar apenas por soluções de longo prazo. “Em maio do ano passado, levamos ao Tribunal de Contas da União uma denúncia clara: falta fiscalização nas ações da Arteris Litoral Sul nos 24 quilômetros adicionados ao contrato”, afirmou.
Na época, o levantamento técnico apontou mais de 50 pontos de risco ao longo do trecho, sendo 27 deles concentrados no Morro dos Cavalos. “E o que é um ponto de risco? É um local que exige atenção, obras preventivas. Um barranco com rachaduras, por exemplo, que pode ceder”, explicou Motta. A escala de risco vai de zero (estabilizado) a cinco (risco iminente de queda).
A maior preocupação, segundo o deputado, é que 25 desses 27 pontos críticos seguem sem qualquer obra de contenção. “Os riscos não são teóricos. Já tivemos dois deslizamentos: um em dezembro de 2022, perto do trevo da Enseada do Brito, e outro agora, em abril de 2024, no meio da subida”, alertou. “Metade de um desses pontos já cedeu, e os demais continuam vulneráveis.”
Diante da gravidade, órgãos de segurança adotaram medidas emergenciais. “Para você ter ideia, existe um protocolo da Polícia Rodoviária Federal e da Defesa Civil de Palhoça que prevê o bloqueio da rodovia quando o volume de chuva se aproxima de 100 milímetros. Até quando vamos viver assim?”, questionou Motta, destacando os prejuízos à mobilidade e à economia local.
Sobre o contorno viário proposto pelo governo estadual, o deputado avaliou que a alternativa é válida, mas insuficiente. “É algo a ser considerado, mas não resolve por completo, pois não abrange todo o trecho crítico.”
Motta também comentou a reunião que teve com o ministro do Tribunal de Contas da União, Antônio Anastasia. “O ministro foi claro ao dizer: ‘O teu documento, o documento da sua equipe, está muito bem embasado, por isso eu aceitei’.”
A expectativa é que o TCU finalize em breve a análise técnica e cobre providências da ANTT e da Arteris. Para o parlamentar, a solução definitiva seria a construção de um túnel no sentido norte. “Um túnel já resolveria para mim com toda tranquilidade, como aconteceu no Formigão e no Morro do Boi”, concluiu.