Reconhecida nacionalmente como o estado mais seguro do Brasil, Santa Catarina passou a ser referência no enfrentamento ao crime organizado e às facções criminosas. Esse protagonismo levou o governador Jorginho Mello a participar, nesta quarta-feira (17), em Brasília, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada no Senado Federal.
A audiência contou ainda com a presença do secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Graff, e da secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva. O objetivo foi apresentar ao país as estratégias e políticas públicas que vêm garantindo resultados expressivos na área da segurança pública catarinense.
Integração e inteligência como base da estratégia
Durante a CPI, o governador destacou que a atuação integrada das forças policiais é um dos principais diferenciais do modelo adotado em Santa Catarina. Segundo ele, a prevenção e o uso da inteligência permitem agir antes mesmo que o crime aconteça.
“A atuação está na prevenção, no combate e no controle ao crime. As forças policiais do Estado trabalham juntas, com diálogo permanente e inteligência. Conseguimos colaborar com outros estados antes mesmo do crime ocorrer. Arma e droga não surgem do nada, é fundamental que o Governo Federal atue nas fronteiras”, afirmou Jorginho Mello.
O governador também ressaltou os investimentos feitos pelo Estado. Atualmente, cerca de 12% do orçamento estadual é destinado à segurança pública. “São investimentos históricos em equipamentos modernos, valorização dos policiais e qualificação profissional. É um time preparado e que sabe o que está fazendo”, completou.
Resultados reconhecidos em rankings nacionais
Ao longo de 2025, Santa Catarina teve sua liderança confirmada em diversos levantamentos nacionais. O estado ocupa o primeiro lugar no Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), pelo sétimo ano consecutivo.
Além disso, municípios catarinenses, incluindo Florianópolis, figuram entre os mais seguros do país no Anuário das Cidades Mais Seguras. O Atlas da Violência e o Anuário Brasileiro de Segurança Pública também apontam Santa Catarina como referência na redução da violência letal e dos crimes patrimoniais.
Combate direto às facções e asfixia financeira
O secretário de Segurança Pública, Flávio Graff, destacou que o enfrentamento às organizações criminosas é baseado em integração e inteligência. Segundo ele, as forças de segurança se reúnem constantemente para monitorar cenários e agir de forma preventiva.
“Usamos a inteligência como eixo central para identificar lideranças, operadores e financiadores do crime organizado. Temos equipamentos modernos, profissionais valorizados e uma estratégia ousada de enfrentamento”, afirmou.
Graff também ressaltou a atuação integrada com outros órgãos, como Ministério Público, Judiciário, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Abin. Um dos destaques é o trabalho das delegacias especializadas, como a de Lavagem de Dinheiro e a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que somente neste ano já retiraram mais de R$ 50 milhões do crime.
Entre 2023 e 2025, as apreensões de bens ligados a facções criminosas ultrapassaram R$ 120 milhões, enfraquecendo diretamente o financiamento das organizações criminosas.
Sistema prisional como ferramenta de segurança
A secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim, explicou que o controle rigoroso do sistema prisional também faz parte da estratégia de enfrentamento ao crime organizado. Segundo ela, líderes de facções são identificados já na entrada do sistema e mantidos separados.
“Quando a identificação não ocorre na porta, entra o trabalho de inteligência. Também utilizamos o trabalho prisional como estratégia de segurança pública. Hoje, cerca de 35% dos presos trabalham, quase 11 mil pessoas. Faccionados não participam dessas atividades, justamente para evitar fortalecimento das organizações”, explicou.
Queda histórica nos homicídios
Os dados mais recentes reforçam o cenário positivo. Entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2025, Santa Catarina registrou queda de 15,4% nos homicídios, passando de 456 casos em 2024 para 386 neste ano. Em comparação com 2022, quando foram registrados 473 homicídios no mesmo período, a redução é ainda mais expressiva.
Os meses de junho, julho, agosto e setembro de 2025 apresentaram os menores índices de homicídios dos últimos 18 anos, consolidando a tendência de queda da violência letal.
Redução também em outros crimes
A diminuição da criminalidade não se restringe aos homicídios. O número de mortes violentas caiu 9%, passando de 618 casos em 2024 para 562 em 2025. O feminicídio também apresentou redução, com 47 vítimas em 2025, contra 48 no ano anterior.
Nos crimes contra o patrimônio, os roubos tiveram queda de 17,3%, passando de 5.468 ocorrências em 2024 para 4.523 em 2025. Já os furtos recuaram 5,7%, com 93.968 registros neste ano, frente a 99.286 no ano passado.
Presenças na audiência
Além das autoridades catarinenses, participaram da audiência a secretária da Articulação Nacional, Vânia Franco, o secretário adjunto da Segurança Pública, Sinval Santos da Silveira Junior, o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Emerson Fernandes, e o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel.
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