Política
STF aciona AGU por extradição de Zambelli
Deputada, condenada por invasão hacker, busca asilo em Roma e terá extradição solicitada pela União

Por
Joca Baggio
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, foi presa em Roma, na Itália, e agora terá sua extradição solicitada formalmente pelo governo brasileiro. A ordem foi emitida nesta quinta-feira (31) pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) a adoção das providências cabíveis junto às autoridades italianas.
Zambelli deixou o Brasil após a condenação por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, e tenta obter asilo político na Itália, onde entrou utilizando sua cidadania italiana.
A parlamentar também responde a outras acusações. Em 2022, ela foi flagrada portando ilegalmente uma arma e ameaçando um homem em via pública, episódio que ganhou ampla repercussão nas redes sociais. Além disso, é alvo de investigações no STF no âmbito do “Inquérito das Fake News” e do “Inquérito das Milícias Digitais”, este último relacionado a ações golpistas após as eleições presidenciais de 2022.
No campo eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a cassação de seu mandato e declarou sua inelegibilidade por oito anos por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político. A decisão está sob recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Embora o caso tenha repercussão nacional, a extradição e a prisão de Zambelli chamam atenção em Santa Catarina, onde o cenário político é igualmente marcado por polarizações ideológicas e investigações de parlamentares. A medida pode influenciar debates regionais sobre integridade pública, uso de redes sociais e segurança institucional, especialmente em um estado onde figuras bolsonaristas também têm forte atuação.