Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seguem firmes na condução do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em tentativa de golpe, apesar das pressões diplomáticas e das sanções já impostas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Desde maio, a tensão aumentou após Trump enviar uma carta pedindo a interrupção do processo. Em resposta à continuidade do julgamento, sete ministros tiveram seus vistos suspensos e o relator do caso, Alexandre de Moraes, foi incluído na lista da Lei Magnitsky — norma que proíbe transações com empresas americanas ou com negócios nos EUA, gerando efeitos até para bancos brasileiros com sede ou operação nos Estados Unidos.
Segundo fontes do STF, novas sanções podem ser impostas a magistrados e demais autoridades que colaborarem com o julgamento. Mesmo assim, a Corte não cogita recuar. “Não se trata de política externa, mas de cumprir a Constituição”, afirmou um interlocutor.
O analista Paulo Figueiredo, aliado da família Bolsonaro e residente nos EUA, afirmou que outras sanções “quase certamente serão aplicadas”, mas que dependem da conclusão do julgamento e de evidências de supostas violações legais no processo.
Apesar do teor nacional e internacional do caso, o julgamento de Bolsonaro mobiliza também setores políticos e jurídicos em Santa Catarina, onde o ex-presidente mantém forte base eleitoral. Parlamentares catarinenses bolsonaristas têm criticado abertamente o STF, enquanto juristas locais alertam para os riscos de interferência externa no Judiciário brasileiro.