Coca-Cola e Nestlé criticam tarifa contra o Brasil
Associações de grandes marcas pressionam governo Trump e defendem que taxação pode encarecer produtos e prejudicar consumidores americanos
Gigantes do setor alimentício e de bebidas dos Estados Unidos intensificaram manifestações contra a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida do governo Trump vigente em 2025. Segundo a Consumer Brands Association, a elevação do imposto trará prejuízos diretos ao consumidor americano, encarecendo itens de consumo e afetando cadeias produtivas que dependem do Brasil.
Coca-Cola, Nestlé, PepsiCo e Kellogg’s alegam que parte dos insumos essenciais de suas operações é proveniente do Brasil — caso do café verde, polpa de eucalipto, derivados de cacau, manga e pimenta-do-reino. Segundo as empresas, há matérias-primas que não possuem substituto imediato no mercado internacional.
Para a Consumer Brands Association (CBA), que representa as principais fabricantes de bens de consumo dos Estados Unidos, o impacto da medida será sentido de duas maneiras: pela elevação do custo dos insumos e pelo risco de desabastecimento de produtos populares em supermercados americanos. A entidade já enviou ofício ao governo americano solicitando revisão da tarifa e advertindo sobre os efeitos negativos para a indústria e o consumidor final.
Além das pressões junto ao governo Trump, as empresas argumentam que as tarifas dificultam acordos comerciais e ameaçam cadeias globais integradas. O Brasil, responsável por cerca de 10% do volume de insumos importados por essas companhias, pode perder espaço e competitividade, mas especialistas em comércio internacional, ouvidos pela imprensa, indicam que os impactos recairão no médio prazo também sobre o consumidor nos Estados Unidos, com alta de preços e menor oferta em prateleiras.
O governo brasileiro monitora a situação e sinaliza interesse em negociar diretamente com autoridades americanas para evitar novos prejuízos ao agronegócio e à indústria nacional. Empresários e representantes do setor avaliam que as reações das multinacionais devem aumentar a pressão internacional para a revisão da tarifa, já considerada excessiva por analistas econômicos.