O julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023 teve um novo capítulo nesta terça-feira (9). O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus. Para Moraes, não há dúvida de que o país esteve próximo de uma ruptura institucional, com risco real de instalação de uma ditadura.
Em seu voto, o ministro classificou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que, por meio de discursos, lives e entrevistas, buscou desacreditar as urnas eletrônicas, insuflar apoiadores e criar condições para inviabilizar a posse do governo eleito. Moraes também destacou mensagens e falas de ex-ministros, como Walter Braga Netto, que, segundo ele, funcionaram como “confissões explícitas” de uma tentativa de golpe.
O relator rejeitou todos os pedidos da defesa, que alegavam nulidades processuais e cerceamento de defesa. Para Moraes, as provas reunidas — incluindo depoimentos, registros de agendas oficiais e materiais apreendidos — confirmam a atuação coordenada para abalar o Estado Democrático de Direito.
Apesar da gravidade das acusações, os dois motoristas foram socorridos sem risco imediato à vida.
O julgamento segue até sexta-feira (12), com os votos dos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão final definirá as penas e os desdobramentos jurídicos para Bolsonaro e os demais acusados.
Em Santa Catarina, onde Bolsonaro sempre obteve votações expressivas, o julgamento tem repercussão política direta. Lideranças locais acompanham o processo com atenção, uma vez que eventual condenação pode impactar o cenário eleitoral e o alinhamento de partidos e movimentos que ainda mantêm forte apoio ao ex-presidente.
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