Criciúma
Coqueluche: descubra os principais sinais e melhores tratamentos
Os pacientes que não tratam a coqueluche correm o risco do quadro evoluir para pneumonia
Por
Érik Borges
Já ouviu falar em coqueluche? Causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis, essa doença respiratória infecciosa ganhou destaque nas notícias pelo alto índice de casos registrados no país e no mundo nos últimos meses. Altamente transmissível, a coqueluche afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar.
Mais comum em crianças com menos de seis meses de idade e que não foram vacinadas, ela também pode surgir em adolescentes e adultos que não possuem o esquema vacinal completo. A transmissão ocorre principalmente pelas gotículas de tosse e pelo espirro.
“Estamos vivendo um surto mundial da doença, e isso está muito associado à falta de vacinação, principalmente da população em geral”, enfatiza a médica especialista em pneumologia e professora da Unesc, Helena Ferreira Demetrio Melo.
Tosse, febre baixa, cefaleia, são alguns dos primeiros sintomas e podem ser confundidos com um resfriado comum ou gripe. Porém, no caso da coqueluche, os sintomas podem persistir por mais tempo, chegando a evoluir para tosse mais persistente que dura, em média, duas semanas, principalmente em adultos.
“Nas crianças, os sintomas acabam sendo mais evidentes e, muitas vezes, mais graves, com tosse intensa, podendo ocorrer, inclusive, crises. Também pode ocorrer o chamado guincho, que é um barulho respiratório agudo e que aparece no final da tosse, e isso é bem preocupante”, alerta a especialista.
O diagnóstico, conforme Helena, é feito pela avaliação clínica médica, de sinais e sintomas da coqueluche. Também pode ser identificado por meio do exame PCR, em que é feita a coleta da secreção nasal ou secreção orofaringe. A partir disso é possível diagnosticar a doença de forma mais precisa.
De acordo com a médica, os pacientes que não tratam a coqueluche correm o risco do quadro evoluir para pneumonia ou um desconforto respiratório grave. Situações que exigem a internação hospitalar e muitas vezes um tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“É importante que, com a presença de sinais e sintomas de coqueluche, o médico seja consultado para ser confirmado o diagnóstico e iniciado imediatamente o tratamento mais adequado. O tratamento é para eliminar a bactéria, aliviar os sintomas, prevenir complicações e evitar a transmissão, sendo recomendado em muitos casos o uso de antibióticos”, detalha a médica.
“Manter uma alimentação saudável, fazer repouso e hidratação contínua, fazem parte dos cuidados para recuperação. Assim também como o isolamento, que ajuda a diminuir a chance de transmissão para as outras pessoas”, acrescenta.
Ainda de acordo com a especialista, o melhor jeito de prevenir a coqueluche é com a vacinação. “É importante que todas as pessoas, desde o nascimento, cumpram com o calendário vacinal. Isso impacta na vida do paciente e também da sociedade. Se você não sabe se suas vacinas estão em dia, vá até um posto de saúde e peça para conferir. A vacinação é uma grande aliada para prevenir doenças graves”, reforça Helena.
Sintomas de tosse convulsa:
1. Fase catarral (1 a 2 semanas):
– Sintomas semelhantes aos do resfriado: tosse leve, coriza, febre leve, dor de garganta.
2. Fase paroxística (2 a 4 semanas):
– Tosse violenta, espasmódica e repetida, seguida da fase de guincho (ruído inspiratório) após cada ataque de tosse.
– Possível vômito após ataques de tosse.
– Dificuldade em respirar, especialmente em bebês e crianças pequenas.
3. Fase de convalescença (semanas):
– A tosse diminui gradualmente, mas pode durar várias semanas.