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Navegantes inicia recuperação de 38 mil m² de restinga

Itajaí
Navegantes Inicia Recuperacao De 38 Mil M² De Restinga Scaled
Foto: Portonave/Navegantes

Navegantes inicia recuperação de 38 mil m² de restinga

Projeto prevê plantio de 6,5 mil mudas nativas para restaurar ecossistema costeiro degradado no litoral Norte catarinense

ITAJAI

Navegantes deu início ao maior projeto de recuperação ambiental da restinga costeira de sua história, com a restauração de 38.400 metros quadrados de áreas degradadas através do plantio de 6.500 mudas de espécies nativas. A iniciativa, conduzida pela Portonave sob supervisão do Instituto Ambiental de Navegantes (IAN), representa um marco na proteção do ecossistema costeiro catarinense.

O Plano de Recuperação de Área de Preservação Permanente Degradada (PRAD) concentra-se no bairro Meia Praia, onde a restinga apresenta maior vulnerabilidade. Segundo a empresa, foram considerados os pontos mais vulneráveis no bairro Meia Praia, onde em alguns locais a restinga apresenta baixa densidade de vegetação arbustiva e herbácea, com maior exposição das dunas, presença de espécies exóticas invasoras e alto impacto das atividades humanas, como o descarte de resíduos.

Áreas prioritárias mapeadas pelo IAN

O Instituto Ambiental de Navegantes identificou quatro áreas críticas para intervenção imediata: aproximadamente 1.400 metros quadrados próximo ao ribeirão das Pedras, 20.000 metros quadrados entre as entradas 52 e 58 da praia, 11.600 metros quadrados entre os acessos 39 e 41, e 5.400 metros quadrados entre as entradas 34 e 36.

A escolha dessas áreas seguiu critérios técnicos rigorosos, considerando o grau de degradação ambiental e a presença de espécies invasoras. Já foram identificadas 27 exemplares de espécies exóticas invasoras nas áreas que serão recuperadas. Elas foram demarcadas para remoção por uma equipe técnica capacitada.

Proteção contra erosão e mudanças climáticas

A restinga desempenha papel fundamental na proteção da costa catarinense, especialmente diante das mudanças climáticas que intensificam a erosão costeira. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde apresentou 84 medidas de adaptação climática aos municípios catarinenses, incluindo a “Manutenção ou restauração da faixa de restinga e dunas para proteção da orla”.

A vegetação de restinga funciona como barreira natural contra o avanço do mar, fixando as dunas e protegendo as comunidades costeiras. A legislação ambiental, reconhecendo a importância ecológica e a vulnerabilidade desses ecossistemas, classifica as restingas como APPs quando elas desempenharem funções essenciais na fixação de dunas e na estabilização de mangues.

Biodiversidade ameaçada

A restinga abriga rica biodiversidade adaptada às condições específicas do ambiente costeiro. A fauna da restinga é bastante rica e diversificada, podendo destacar a presença de aves migratórias; papagaios e corujas. Em relação aos mamíferos, é possível encontrar mico-leão e lontra. É, ainda, é o habitat para caranguejos e utilizada pelas tartarugas marinhas como locais de desova.

Em Santa Catarina, estudos científicos revelam a importância desses ecossistemas. Setenta e sete espécies pertencentes a 31 famílias de plantas foram identificadas em estudos sobre restingas em dunas costeiras, com Asteraceae e Poaceae apresentando o maior número de espécies.

Medidas de proteção e monitoramento

O projeto prevê medidas abrangentes de proteção das áreas em recuperação, incluindo a instalação de cercas de contenção e controle do acesso de animais domésticos. A iniciativa também contempla ações para atrair animais nativos dispersores de sementes, essenciais para a regeneração natural do ecossistema.

O Instituto Ambiental de Navegantes, responsável pelo licenciamento ambiental municipal, intensificou as ações de fiscalização e educação ambiental. O Instituto Ambiental de Navegantes lançou programas de conscientização ambiental e educação comunitária, buscando envolver a população local na preservação da restinga.

Investimento na sustentabilidade

O projeto representa investimento significativo na sustentabilidade ambiental do litoral Norte catarinense. A recuperação da restinga não apenas protege o ecossistema local, mas também contribui para a adaptação climática da região, conforme diretrizes estaduais para enfrentamento das mudanças climáticas.

A iniciativa da Portonave estabelece precedente importante para outras empresas do setor portuário, demonstrando que o desenvolvimento econômico pode caminhar junto com a preservação ambiental. O sucesso deste projeto pode servir de modelo para outras ações de recuperação ambiental no litoral catarinense.

O cronograma de execução prevê conclusão das ações de plantio ainda em 2025, com monitoramento contínuo para garantir o estabelecimento efetivo da vegetação nativa e a recuperação plena do ecossistema costeiro.

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