Alcolumbre faz jogo duro e barra impeachment de Moraes
Presidente do Senado se recusa a pautar processo mesmo com maioria dos senadores a favor
Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal, adotou uma postura firme ao afirmar que não pautará o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mesmo que todos os 81 senadores assinem o requerimento. Atualmente, o número de assinaturas já alcançou 41, metade da Casa, o que representa a maioria simples.
A resistência de Alcolumbre ocorre no contexto de tensões políticas, com manifestações e motins protagonizados por bolsonaristas que pressionam pela abertura do processo. Após impedir a votação durante dois dias, o presidente do Senado reafirmou que a prerrogativa de pautar o impeachment é exclusivamente sua, conforme o regimento interno da Casa.
Líderes partidários da oposição, como Rogério Marinho (PL-RN), celebram as assinaturas alcançadas e esperam que Alcolumbre receba o documento e avalie a abertura do processo. Entretanto, relatos indicam que não houve acordo, apenas a busca por uma saída que preserve a instituição.
Além do impeachment, outras propostas incluem a anistia para os envolvidos na tentativa golpista de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado, formando o chamado “pacote da paz”. No entanto, Alcolumbre condiciona negociações de pauta à normalização das sessões e à desobstrução do plenário.
Paralelamente, na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta enfrenta desafios para manter a ordem e negociar com grupos rebeldes, inclusive com investigações sobre abusos. Entre os deputados, o ex-deputado federal Daniel Silveira sofre com a saúde delicada na prisão, enquanto Eduardo Bolsonaro, estiver fora do país, enfrenta risco de perda do mandato, numa disputa política vinculada ao caso.
O cenário político permanece tenso, e a decisão de Alcolumbre mostra que, por ora, o impeachment do ministro Moraes encontra um bloqueio institucional no Senado, mesmo diante da pressão de parte da base bolsonarista.