Santa Catarina
160 animais são resgatados por maus-tratos
Força-tarefa salva feridos e desnutridos; proprietária é presa em flagrante em cidade catarinense
Uma operação integrada realizada nesta quinta-feira (5) em Joinville, no Norte de Santa Catarina, resgatou 160 animais que viviam em condições de extrema negligência em uma propriedade rural. A ação mobilizou diversos órgãos públicos após denúncia formalizada ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
No local, foram encontrados aproximadamente 30 cavalos com feridas abertas, visivelmente desnutridos e em estado de definhamento, além de mais de 100 aves em situação precária. A mulher identificada como responsável pela propriedade foi presa em flagrante. O companheiro dela fugiu do local ao perceber a chegada das autoridades.
Durante a vistoria, também foram apreendidos alimentos impróprios para consumo — como carnes, laticínios e bebidas alcoólicas — que foram descartados pela Vigilância Sanitária. Motosserras em situação irregular, sem autorização do Ibama, também foram localizadas. Outro ponto crítico foi a descoberta de um chiqueiro cujo esgoto era despejado diretamente em um curso d’água, agravando os danos ambientais.
Os cavalos foram encaminhados ao Centro de Bem-Estar Animal de Joinville e, posteriormente, serão transferidos ao Instituto Federal Catarinense. As aves estão sendo acolhidas por cuidadores voluntários em lares temporários. A 21ª Promotoria de Justiça acompanha o caso e avalia novas medidas para garantir o tratamento adequado aos animais e responsabilizar os envolvidos.
Atenção crescente da Alesc à causa animal
O caso de Joinville lança luz sobre uma pauta que tem ganhado força na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Parlamentares vêm aprovando medidas que reforçam o combate aos maus-tratos e ampliam a proteção animal no estado.
Entre as iniciativas recentes está o projeto que altera o Código Estadual de Proteção aos Animais, aprovado em maio, permitindo a perda da guarda e posse de animais por autores de maus-tratos. A nova lei também determina que o responsável arque com todos os custos do tratamento, incluindo transporte, alimentação e atendimento veterinário.
Outro avanço foi a criação do Fundo Estadual de Apoio ao Bem-Estar Animal (FEBEAM), que destina valores arrecadados com multas e bens apreendidos para custear ações de resgate, reabilitação e manutenção dos animais.
Deputados como Ivan Naatz (PL), Marquito (PSOL) e Luciane Carminatti (PT) têm se destacado pela atuação em defesa da causa, com proposições que buscam ampliar a fiscalização, endurecer penas e criar estruturas de acolhimento.
O resgate em Joinville evidencia não apenas a gravidade dos maus-tratos animais no estado, mas também a importância de políticas públicas efetivas. Com a atuação conjunta de órgãos de fiscalização e o fortalecimento do arcabouço legal pela Alesc, Santa Catarina avança na proteção e bem-estar animal. A continuidade da fiscalização e da aplicação das novas leis será fundamental para impedir que episódios como este se repitam.
