Criciúma
Comandante da PM alerta: “medidas paliativas de segurança não trarão efeito concreto”
Tenente-coronel Mario Luiz Silva destaca que o principal problema de segurança pública da cidade se dá com os pequenos delitos e que devem ser melhor observados pela assistência social e saúde do município
Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o comandante da Polícia Militar de Criciúma, tenente-coronel Mario Luiz Silva, trouxe à tona uma análise detalhada sobre a segurança pública na cidade, destacando que, embora não existam problemas significativos com crimes graves, a situação exige atenção a questões que transcendem o escopo da polícia.
Segundo Silva, o principal desafio enfrentado pela cidade não está relacionado a crimes violentos, mas sim a pequenos delitos que têm se tornado cada vez mais frequentes. “Hoje, qual o nosso problema de segurança pública na cidade? Não temos problemas com crimes graves. O nosso grande problema e que incomoda são os pequenos delitos, em que o direito penal não vai reprimir, não vai punir. São os pequenos furtos. Em que o sujeito leva bicicleta, portão de alumínio, etc. O direito penal, a legislação penal já largou de mão desses crimes. Isso gera uma reincidência muito grande”, afirmou.
O comandante enfatizou que a maioria desses pequenos delitos é cometida por indivíduos em alto grau de dependência química, muitos dos quais são pessoas em situação de rua. “Na grande maioria das vezes, são pessoas em alto nível de dependência química. Muitos deles são moradores em situação de rua que perambulam pela cidade buscando subtrair algum bem para vender e saciar sua dependência química”, explicou.
Mario Luiz Silva destacou que, embora a segurança pública esteja sempre em foco, a resolução desse problema específico demanda uma abordagem integrada entre diferentes áreas do governo. Ele sugeriu que o município deve intensificar os esforços nas áreas sociais e de saúde para tratar as causas subjacentes desses delitos. “O problema não está na segurança pública, mas o problema vem de outras pastas. É preciso trabalhar com esse sujeito a desintoxicação dele. Então hoje o gestor público municipal, se ele quiser auxiliar na segurança pública do município, ele tem que voltar atenção para essa área social, da saúde. O restante será apenas medidas paliativas que não trarão efeito concreto”, concluiu Silva.