Fumo custa 5 vezes mais do que lucra no Brasil

Um estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelou que, para cada R$ 1 de lucro obtido pela indústria do tabaco no Brasil, o país gasta R$ 5,10 com doenças causadas pelo fumo. A pesquisa, intitulada A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta, destaca o impacto econômico e sanitário do tabagismo, cujos custos diretos e indiretos somam R$ 153,5 bilhões por ano — incluindo tratamento médico, perda de produtividade e mortes precoces.

Em Santa Catarina, a situação segue a tendência nacional. Dados da Vigilância Epidemiológica Estadual indicam aumento preocupante no uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos, especialmente nas regiões da Grande Florianópolis e Sul do Estado. Apesar das proibições, o comércio ilegal de vapes continua em expansão, impulsionado por redes sociais e marketing disfarçado.

Segundo o estudo, cada R$ 156 mil de lucro da indústria está associado a uma morte por doenças como infarto, AVC, DPOC ou câncer de pulmão. Em 2024, a prevalência de fumantes voltou a crescer no Brasil após 18 anos de queda. Entre 2023 e 2024, o percentual subiu de 9,3% para 11,6%. Entre as mulheres, o salto foi de 36%.

Além dos impactos à saúde física, o tabagismo também afeta a saúde mental. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alertou que o uso de nicotina — especialmente nos cigarros eletrônicos — está relacionado a quadros de ansiedade e depressão.

O SUS oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar, inclusive com atendimento psicológico e medicação. Em SC, o serviço está disponível em unidades básicas de saúde, com apoio de grupos antitabagismo.

O alerta acende luz sobre a necessidade de políticas públicas mais rígidas e fiscalização efetiva sobre a indústria do tabaco, especialmente diante do avanço dos cigarros eletrônicos entre jovens catarinenses. O Ministério da Saúde lançou nesta semana a campanha “Sem Cigarro, Mais Vida”, em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio.