La Niña pode afetar primavera com chuvas irregulares

Fenômeno climático aumenta risco para agricultura e abastecimento em Santa Catarina

Leticia Matos

Publicado em: 27 de agosto de 2025

4 min.

A Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) elevou para 56% a probabilidade de formação do fenômeno La Niña durante a primavera no Hemisfério Sul. O órgão colocou o evento climático em estágio de alerta (Watch), indicando que as condições de resfriamento no Oceano Pacífico Equatorial já apresentam sinais típicos do fenômeno.

O La Niña é caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície do mar no Pacífico, o que altera padrões atmosféricos em diversas partes do planeta. No Brasil, seus efeitos são sentidos principalmente no inverno e na primavera, influenciando a intensidade das chuvas e a frequência de ondas de frio.

Impacto no Sul do Brasil e em Santa Catarina

A Climatempo aponta que as temperaturas mais baixas registradas neste inverno já sugeriam influência de uma “quase La Niña”, favorecendo a entrada de massas de ar polar. Caso o fenômeno se confirme, a região Sul, incluindo Santa Catarina, deve enfrentar chuvas irregulares, cenário que preocupa agricultores e órgãos de abastecimento.

Segundo a Epagri/Ciram, órgão que monitora o clima em Santa Catarina, períodos de estiagem associados ao La Niña costumam afetar culturas como milho e feijão, além de impactar a produção de leite e o nível dos reservatórios. No último ciclo do fenômeno, encerrado em dezembro de 2024, municípios do Oeste catarinense enfrentaram perdas significativas na safra e dificuldades no fornecimento de água.

Outras regiões do Brasil

Enquanto o Sul deve lidar com precipitações abaixo da média, o Sudeste pode registrar mais ondas de frio, e o Norte tende a ter chuvas acima do normal, elevando o risco de cheias nos rios da Amazônia.

Atenção redobrada em SC

A Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que produtores rurais acompanhem os boletins climáticos semanais e que a população esteja atenta a possíveis mudanças no regime de abastecimento hídrico. O acompanhamento constante será essencial para minimizar os efeitos do fenômeno, caso o La Niña se consolide nos próximos meses.



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